Com o recrudescimento do racismo nos estádios de futebol pelo mundo afora, surge oportuna a iniciativa do governo que promete lançar durante a Copa do Mundo uma edição em inglês do clássico O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Filho, para autoridades, dirigentes, atletas, árbitros e jornalistas estrangeiros.
Trata-se do primeiro livro a ressaltar a importância dos descendentes de africanos no desenvolvimento do esporte mais popular do país, considerado um ensaio bem elaborado para a interpretação da identidade brasileira, mostrando a preocupação do jornalista-escritor com as nossas origens. Mário Filho deu o apelido de Fla-Flu para o clássico mais charmoso do futebol carioca, assim como criou o Jornal dos Sports e incentivou a prática esportiva para todos.
Apesar do seu enorme talento, era mais conhecido como o irmão mais velho de Nelson Rodrigues, o gênio do teatro que invadiu a crônica esportiva com sua inigualável criatividade. Figura central para a consolidação da imprensa esportiva no país e incentivador da construção do Maracanã para a Copa de 1950, Mário Filho foi homenageado com o nome do estádio que servirá de palco para a final da Copa deste ano. A edição da obra faz parte de um programa que o Ministério do Esporte pretende desenvolver para combater o racismo.
Outro lançamento esperado antes do Mundial é o documentário Go, Brazil, Go! Vai Brasil, vai, em tradução livre, do cineasta norte-americano Spike Lee, uma das vozes mais ressonantes do cinema internacional, conhecido por abordar a classe média afro-americana em filmes marcados por engajamento político-social.
Em suas diversas visitas em terras tropicais nos últimos anos, conheceu artistas e políticos, atiçou a curiosidade da imprensa e emplacou um encontro com o ministro Joaquim Barbosa, do STF, e com a presidente Dilma Rousseff.
É grande a expectativa em torno do material a ser apresentado, pois de um cineasta polêmico como Spike Lee não dá para esperar um documentário cartão-postal, tipo samba exaltação, ufanista, destacando supostas virtudes do povo brasileiro e avanços na integração racial.
Festa do interior
Com o retumbante fracasso do trio da capital, a decisão do Campeonato Paranaense virou festa do interior e começa hoje, no Estádio do Café, com a primeira partida decisiva entre Londrina e Maringá.
Será uma espécie de tira-teima entre Tubarão e Galo do Norte, pois cada um conquistou três títulos estaduais: Maringá em 1963, 1964 e 1977; Londrina em 1962, 1981 e 1992. Como registro histórico, o futebol do interior foi campeão paranaense quatro anos consecutivos com o título do Comercial, de Cornélio Procópio, em 1961. Pelo que apresentaram nesta temporada observa-se rigoroso equilíbrio técnico entre os finalistas.
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