Chutões sem direção, pontapés à vontade, raras finalizações ao gol, nenhum lance empolgante, excesso de reclamações e arbitragem deficiente assinalaram o empate entre Coritiba e Corinthians em partida absolutamente sem graça. Os jogadores disputaram de forma ríspida e intensa o primeiro tempo, mas com técnica inferior e, sobretudo, ausência de talento individual mesmo estando em campo jogadores reconhecidamente hábeis como Alex e Jádson, que se perderam em meio à mediocridade da maioria. Na etapa final o jogo afundou de vez provocando bocejos no público presente ao Alto da Glória.
Um lance emblemático que retratou fielmente a cultura atrasada dos nossos futebolistas ocorreu quando o atacante Romarinho driblou o goleiro Vanderlei e em vez de tentar concluir, preferiu simular uma penalidade máxima: o árbitro Leandro Vuaden omitiu-se ao não apresentar o cartão amarelo pela atitude do corintiano e o treinador Mano Menezes fez um escândalo à beira do gramado reclamando do pênalti inexistente.
Foi um exemplar típico do péssimo momento vivido pelo futebol brasileiro no jogo que foi um zero à esquerda.
Trapalhadas
Com Marcelo e Douglas Coutinho agudos, porém muito individualistas e com pouca criatividade no meio, o Atlético limitava-se a jogar defensivamente com João Paulo fortalecendo o setor, até que Marcos Guilherme empatou marcando o gol de fora da área. O time animou-se e procurou o gol da virada, provocando a ira da torcida mineira, que passou a vaiar e a chamar Levir Culpi de burro.
Em dois lances de rara infelicidade, o zagueiro Léo Pereira e o volante Deivid marcaram contra a própria meta, eliminando qualquer chance de o Furacão reabilitar-se em Belo Horizonte. Como se trata de um elenco jovem, é preciso ter paciência, porém não pode acostumar a perder, sob pena de afundar na classificação antes de a Arena da Baixada ser liberada para a flamejante torcida rubro-negra.
O Galo saiu do sufoco com as trapalhadas dos garotos atleticanos e salvou a pele do seu contestado treinador.
Má sorte sem fim
É impressionante a má fase que se abateu sobre o Paraná nos últimos tempos: fora do campo tratativas com a prefeitura para conseguir bom acordo na troca de Vila Capanema por um estádio novo no Boqueirão e a possível venda da sede social da Kennedy; dentro, uma sucessão de maus resultados que enervam o torcedor e, pela má sorte sem fim, contagia todos os esportistas que acompanham o drama tricolor.
Sábado, em São Januário, de novo o time apresentou-se bem, foi superior ao Vasco em parte significativa da partida, o goleiro Marcos experimentou todo tipo de sensação e nova derrota se materializou. Que urucubaca!
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