Em tempos de indecisões e desatinos, trabalhar é a solução

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Se a queda para a Segunda Di­­visão já foi um nocaute para os torcedores do Cori­­ti­­ba, imagino a perda de 30 mandos, além da multa de R$ 610 mil.

Ora, quem presenciou aquele episódio da invasão do gramado do Couto Pereira por aqueles pseudotorcedores coxas-brancas, desequilibrados emocionalmente, não tinha a menor dúvida de que uma punição severa seria aplicada.

Ninguém, todavia, poderia cogitar a possibilidade de o Coritiba servir como bode expiatório de uma situação que não é novidade nos campos brasileiros, mas que agora resolveram moralizar de uma vez por todas, impondo uma autoridade que em muito se distancia daquela que puniu outros clubes em situações semelhantes, pois esse tipo de punição é inédito em nosso futebol. E não estou aqui minimizando a gravidade do fato. Longe disso.

Além do mais, é preciso recordar que até mortes já ocorreram em estádios, como no Pacaembu e na Fonte Nova. E quais as punições que foram aplicadas naquelas ocasiões? De tão insignificantes, a história não registrou.

Pelo que se percebe, a influência da mídia, principalmente do eixo Rio-São Paulo, foi determinante para a decisão desse julgamento, que se efetivou mais no campo político do que no da justiça. E à equipe alviverde resta apenas o direito de recorrer.

Outro fator que deve ser mencionado é a eleição do futuro presidente do Coritiba em tempos de indecisões e desatinos. Assim, é fundamental que Jair Cirino e quem mais vier, compondo o G9, passem a se preocupar com a montagem do time e deixe ao departamento jurídico as responsabilidades desse setor. Até porque ainda não se ouviu falar em planejamento para o Campeonato Paranaense que se inicia na segunda quinzena de janeiro.

Nesse sentido, questões importantes estão por decidir. Basta atentar para o fato de que Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba e Pedro Ken estão de saída e não se ouve nenhum nome para substituí-los. E ainda: qual a base do time para 2010? Qual é a solução para contratar jogadores que venham para resolver de fato a situação, com um salário compatível com a nova realidade do clube, já que este, caindo para a Segundona, deixa de faturar 50% de seu maior rendimento que é a cota da televisão?

E como se nada disso bastasse, caso não consiga amenizar a punição recebida, o prejuízo será ainda maior, pois, jogando no Couto Pe­­reira, o Verdão tinha sempre uma renda significativa.

Logo, é preciso arregaçar as mangas e começar a trabalhar imediatamente para que o Coritiba re­­tome o caminho da Primeira Di­­visão, pois, ao longo da história que construiu, os verdadeiros co­­xas sempre foram mantidos numa posição de destaque positivo, prestigiando seu clube, cumprindo suas obrigações de torcedor e iluminando o estádio com o vigor e a alegria de que necessita o time para encontrar o rumo da vitória. É isso.