Em um clássico descomunal, o Coritiba bateu o Furacão pelo placar de 3 a 2 e levou sua torcida a um delírio que haja festa de centenário para se comemorar. Nunca vi uma torcida tão feliz da vida e tão confiante também. Ela acreditou na vitória até o apito final e jogou com o time de maneira incansável, sem vacilar.
O jogo iniciou sob tensão, com Paulo Baier recebendo o amarelo como cartão de visita, e se agravou aos 16 minutos do primeiro tempo, quando o Ariel marcou contra. Dois minutos depois o argentino se redimiu, empatando a partida, lavando a alma diante de sua torcida, numa comemoração histórica.
E toda essa apreensão que envolvia o clássico deve ser entendida, porque ela respondia pela permanência dos dois paranaenses na Série A. Por isso todo nervosismo presente ali tem uma justificativa compreensível.
Agora, dentro das quatro linhas, o Coritiba manifestou mais sede de gol, mais necessidade da vitória. Isso ficou efetivamente claro a cada jogada realizada. Como ficou claro também que a preocupação do Atlético era, sobretudo, de não perder o jogo, o que possivelmente pode ter contribuído para esse resultado desfavorável, com o qual ele não contava.
Prova disso é que o técnico atleticano, Antonio Lopes, na volta para o segundo tempo lançou Marcinho no lugar do Wallyson e o Rubro-Negro melhorou ofensivamente. Com a expulsão do lateral Alex Sandro, porém, o sistema tático dessa equipe ficou descaracterizado, mesmo porque Lopes teve de substituir Rhodolfo, por contusão.
Além disso, a pressão coxa-branca foi tamanha que chegou ao segundo gol, com o zagueiro Jéci. Apesar de estar melhor na partida, permitiu que o Rubro-Negro conquistasse o empate com Marcinho. O Verdão, no entanto, não desanimou e continuou impondo seu ritmo, dando a impressão de que o terceiro gol sairia a qualquer momento. Saiu. Marcelinho Paraíba, ao contrário do que esperava a zaga atleticana, tocou para Marcos Aurélio, que mandou para o fundo das redes, dando o melhor presente do centenário à galera coxa-branca, que pode respirar aliviada.
Tricolor pode surpreender?
Roberto Cavalo foi contratado para evitar a queda do Paraná Clube para a Série C tarefa cumprida, indiscutivelmente. O trabalho do treinador está sendo tão eficiente que muitos já sonham com a possibilidade de chegar entre os quatro que voltarão à Série A, em 2010. Isso, no entanto, já não é tão simples assim, porque para tanto seria preciso vencer os seis jogos que faltam e torcer para que seus concorrentes diretos tropeçassem, o que é bem complicado.
Independentemente da questão da Série A, será importante fechar este campeonato com grandes apresentações, a exemplo das vitórias contra o Guarani e o São Caetano. É isso.
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