Não faço a menor ideia de quantas pessoas se alimentam com o banquete do futebol, mas acredito que a maioria dos convidados se comporta de forma natural e sadia. Difícil é barrar os penetras que não perdem tempo para se empanturrar diante da fartura.
É ao mesmo tempo fascinante e absurdo este universo de chuteiras. Ele cresce e se reproduz de forma avassaladora. Nada radical de minha parte, mas entendo que deve haver cuidado para que a coisa não banalize. A carne de javali é apreciável, mas a infestação do animal é perigosa.
Tivemos este ano regionais nanicos, Copa do Brasil, Libertadores, Liga dos Campeões, campeonatos europeus, etc. Ao vivo e pela televisão. Passei as últimas semanas ouvindo, lendo, vendo e respirando futebol. Uma espécie de vestibulando enterrado nas apostilas de cursinhos. Além das cotas tradicionais de final de semana, agora os chamados dias úteis nos engessam com este produto saboroso, mas hoje excessivo, que é o futebol.
Os campeonatos brasileiros estão começando. Centenas de atletas buscam espaço. Hoje a maioria é assessorada por empresários, procuradores, advogados e outros tipos de padrinhos. Não há mais identidade do jogador com o clube, tamanha e veloz é a ciranda no mercado da bola.
Alegra-me o compromisso e a relação de Ricardinho com o Paraná Clube. Nos dias atuais é raro um técnico ter identidade de amor com o clube. Que lhe deem continuidade no cargo para que possa fazer a diferença. Com espírito guerreiro, o Paraná pode surpreender.
É difícil, mas os três clubes daqui devem fazer um pacto comercial, buscando em bloco o apoio financeiro privado, e parcerias públicas legais. Uma espécie de mosaico. As peças coladas umas com as outras produzem um efeito visual maior. Pacto assim fizeram com inteligência os quatro grandes clubes do Rio. Aqui ainda esbarramos no provincianismo.
Mesmo assim creio que o Atlético e o Paraná possam subir como fizeram Náutico e Sport: sem gastos maiores, apenas com determinação. E, mantendo-se este ano na elite, o que vier para o Coritiba será lucro. O trio de ferro na Primeira Divisão em véspera de Copa do Mundo solidifica o nosso futebol.
O banquete está na mesa, mas cuidado, coma com moderação.
Gratidão
Um ano antes da Copa da Alemanha, estive no Museu do Futebol de Colônia e assisti a um vídeo com os dez gols mais bonitos de todos os tempos nos campeonatos de lá. Um deles era do paranaense Elber. Foi um chute de efeito, e quase da linha de fundo. Gol maravilhoso.
A matéria de ontem da Gazeta do Povo mostra a gratidão e o carinho que o Bayern tem para com o ex-londrinense. Faz parte do seleto grupo de convidados para a decisão de logo mais da Liga dos Campeões, em Munique.
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