Entendo que a disciplina é base para tudo, mas a vida seria monótona se não houvesse humor, arte e improviso. Não apenas como complemento, mas em muitos casos como essência. No esporte, o drible traz uma sensação agradável, um misto de improviso, arte e até humor. Especialmente no futsal, no basquete e no futebol de campo, numa fração de segundos aquela ginga curta ou veloz provoca uma superioridade numérica em campo.
Os espaços estão curtos, as marcações fortes e os esquemas táticos rígidos. As escolas de base estão castrando aquilo que há de mais precioso durante a fase de "potrinho". É a fase onde o piá deve ser livre para criar o drible. Isso é um horror. O drible dá graça ao show. É como um choro de Pixinguinha, o improviso de Ronald Golias ou um traço de Niemeyer.
Outro dia ouvi a contestação do sueco Ibrahimovic, aconselhado a não driblar: "Se os brasileiros que são os melhores do mundo driblam, por que eu não posso driblar?" Vi muitos dribles espetaculares durante os passos dessa longa estrada. Falcão no futsal, Marta no feminino, Michael Jordan no basquete... Alguns épicos, como o de Tostão contra Bob Moore, e o de Clodoaldo na final da Copa de 70. O mais estonteante foi o de Robinho num Brasil e Colômbia no Maracanã. Foi num espaço de casinha de cachorro. Incrível. Messi tem um drible de efeito digital. Maradona era mais plástico. Rivellino criou o elástico. Denílson atraiu meio time da Turquia e os driblou na Copa do Penta. A genialidade de Garrincha e de Pelé é surreal. Tem outra dimensão.
Precisamos do drible também por aqui. Harrison, Carlinhos, Alex, Geraldo, por favor, driblem. Driblem seus técnicos, mas driblem. Só o drible encanta a alma do torcedor!
Nem que morra II
Este colunista agradece o significante número de e-mails e telefonemas recebidos depois do artigo de sábado passado. O espaço não permite o registro de todos. Menciono, porém, o esclarecimento do ponta-esquerda Acir Antoniazzi, que jogou no Palestra e no Atlético. Num jogo histórico de 1950, o Coritiba vencia por 1 x 0 e o Palestra Itália estava com nove jogadores em campo. Mesmo assim, na raça, o Acir empatou o jogo, que terminou 1 a 1. A manchete do "Paraná Esportivo" na segunda-feira seguinte deu origem ao apelido: "Nem que morra". Acir foi o herói da partida.
O professor Miranda, ex-presidente do Paraná e de origem palestrina, tentou colocar o verde durante a fusão que deu origem ao Colorado. Foi rejeitado por um influente conselheiro do Ferroviário.
E o terceiro registro que faço é do astrônomo José Manoel Luís da Silva. Membro da União Internacional de Astronomia, o ex-coronel é de uma memória brilhante. Rebobinamos vários filmes de futebol e de outras áreas.
Tudo é muito gratificante. Meu fecundo agradecimento a todos.
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