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Depois de uma quarta-feira de cinzas que eliminou Grêmio, Flu­­mi­­nense, Inter e Cruzeiro da Libertadores, veio esta santíssima quinta para renovar o foco do futebol brasileiro. Foi uma noite em que o Alto da Glória expeliu lavas devastadoras, e que causou um grande desastre ambiental. A famiglia do porco, do periquito, as palmeiras, a água branca e todo o verde esmeraldino do parque (antártica) ficaram seriamente afetados.

As imagens da erupção histórica do vulcão coxa-branca foram transmitidas pela televisão, e o Brasil inteiro viu no campo de jogo o time de Scolari em visível es­­tado de dormência. A lava devastadora do Coritiba teve um efeito cascata com altíssima temperatura, resultando na inundação de gols. Seis foi pouco para quem criou e poderia ter feito pelo menos nove.

A goleada com a marca de seis jogadores diferentes salienta a harmonia de um time que se espalha no gramado como uma espécie de mandala, preenchendo e iluminando todos os espaços. Não há protagonista em campo. Ou, talvez, protagonistas todos eles sejam. Não sei. A verdade é que, além dos números incontestáveis até aqui registrados, o Coritiba é hoje o clube mais compacto e alegre do futebol brasileiro.

DOIS GOLEIROS

De Máspoli a Gilmar, passando por Barthez e Casillas, creio, salvo engano, nenhum goleiro campeão do mundo tenha tomado seis gols em uma partida oficial. Pois Marcos, pentacampeão, tomou. Entrevistado depois do jogo, disse: "Se jogássemos eu e o Deola no mesmo gol, acho que pe­­rderíamos hoje só de três a zero". Sua tirada espirituosa poderia ser levada aos conservadores velhinhos da International Bord para reflexão: quando um time é arrasador, faculta-se ao adversário substituir um jogador de frente por um segundo goleiro.

CIDADÃO KANE

O tema é antigo e polêmico, mas ainda fascina aos amantes do futebol: qual foi o melhor time da história? No caso de um clube centenário como o Coritiba, não é fácil. Vários encantaram. Um deles reuniu talentos como Miltinho, Chico, Ronald, Carazzai, Be­­qui­­nha e outros. Foi brilhante. Mais tarde outro cast de famosos artistas da bola - Zé Roberto, Kru­­ger, Hidaldo, Leocádio, Cláudio Marques, etc. Era um colírio para os olhos. Fiel à razão, porém, escolheria este de hoje como o melhor de todos. É o "Cidadão Kane" de Marcelo "O.Welles" de Oliveira.

CLÁSSICO FINAL

A Copa do Brasil é o segundo torneio mais importante do nosso futebol. Em apenas uma das 22 edições, o título foi decidido em um clássico regional. O Flamengo ganhou do Vasco na final de 2006. É possível um Atletiba na finalíssima. Já vi o Londrina ga­­nhar com recorde de público em São Januário. Semifinal é roleta russa. Todo mundo entra com bala na agulha.

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