Os próximos dias serão decisivos para traçar o futuro do Estádio Pinheirão. Reuniões previstas para ocorrer inclusive ao longo do fim de semana servirão para a Federação Paranaense de Futebol se decidir entre as propostas colocadas à mesa. No início, quando a assembleia dos clubes autorizou a negociação do terreno, eram seis interessados. Quatro ficaram pelo caminho, restaram somente dois.
Um já é conhecido, vem sido amplamente falado: uma construtora interessada em erguer um novo estádio ali no Pinheirão. Seria o novo estádio do Coritiba, dentro do cenário explicado algumas vezes por Vilson Ribeiro de Andrade. O clube cede o terreno do Couto Pereira como pagamento e só fecha negócio se não precisar gastar seu dinheiro nem deixar o Alto da Glória enquanto o outro estádio não estiver pronto.
O outro possível comprador é uma construtora interessada em construir ali uma arena multieventos. Seria um espaço para abrigar shows, feiras, eventualmente competições esportivas. Mas o futebol estaria fora da lista de atrações.
Uma das propostas prevê o pagamento em dinheiro pelo terreno, cenário bem mais atraente para a Federação do que o outro interessado, que pretende reverter parte do pagamento na participação dos lucros do novo imóvel. Hélio Cury prefere um negócio em que seja possível pagar o mais rapidamente possível a dívida da FPF, atualmente estimada em R$ 60 milhões. A entidade põe como preço de partida pelo terreno R$ 66 milhões, mas foram feitas avaliações que variam de R$ 42 milhões a R$ 50,5 milhões.
O preço desejado pela Federação é o lance de partida do leilão do Pinheirão, marcado para o próximo dia 6 de outubro, referente a dívidas com o INSS que superam os R$ 30 milhões. Hélio Cury espera fechar com um dos dois compradores antes disso. Caso não consiga, acha pouco provável que um dos dois entre no leilão tendo a possibilidade de negociar diretamente, em melhores condições. Na pior das hipóteses, um terceiro comprador arrematando o terreno no leilão, o negócio seria fechado dentro de condições desejadas pela FPF.
O pior dos pesadelos para a Federação é o negócio se arrastar até o dia 20 de outubro. Data em que está marcado outro leilão do Pinheirão para quitar dívidas antigas da entidade. A diferença é que neste leilão não há lance mínimo: leva quem oferecer mais, mesmo que o valor seja muito inferior ao pretendido por Hélio Cury. Seria trágico para a FPF: sem conseguir quitar as dívidas acumuladas e ainda sem o seu maior bem.
Seja qual for o desfecho, é certo que em menos de um mês o Pinheirão deverá ter um novo dono. Os próximos dias serão decisivos. Vamos conferir.
Suicídio tático
Você escalaria um volante marcador e dois armadores lentos para segurar um meio de campo rápido e habilidoso? Eu também não. Mas talvez seja a opção de Lopes para o Atlético que recebe o Inter, domingo. Sofrimento à vista.
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