Quem esteve ontem no Couto Pereira pode ter duas certezas: testemunhou uma das maiores exibições da história do Coritiba e a definição do primeiro classificado para a semifinal da Copa do Brasil. Os dois feitos são complementares. É a exibição coxa-branca que faz o arrebatador 6 a 0 irreversível. O Coritiba dominou o jogo do início ao fim e o Palmeiras deveria sair agradecido por não ter sofrido uma derrota mais humilhante. É mais provável uma nova vitória paranaense do que uma despedida honrosa dos paulistas.
O domínio foi determinado especialmente porque o Coxa sabia exatamente o que fazer a cada momento do jogo, com ou sem a bola. Sem ela, bloqueava todos os perigosos chutes do Palmeiras de fora da área. Com ela, os jogadores se posicionavam e trocavam a bola rapidamente. Lembrou-se do segundo gol? É o exemplo perfeito desse Coritiba. Emerson bloqueia o chute de Marcos Assunção. Leandro Donizete inicia uma série de passes rápidos que acaba na finalização de Davi. Ritmo quebrado apenas por Anderson Aquino, que segurou a bola tempo suficiente para o ataque se reposicionar.
Se havia alguma interrogação sobre a real capacidade do Coritiba, diante da fragilidade do Estadual, ela se transformou em uma imensa exclamação. Hoje é dia de o Brasil inteiro aplaudir o ligeirinho sem freio do Alto da Glória.
Sinal dos tempos
O telefone dos dirigentes do Atlético não para de tocar desde a semana passada, quando foi atribuída à falta de profissionais no mercado a permanência de Ocimar Bolicenho na gerência de futebol. A saída do dirigente só fez acelerar a cobiça pelo cargo. São amigos, empresários, representantes e os próprios profissionais (alguns com aspas) oferecendo a solução para os problemas do futebol rubro-negro. Entre as pérolas sugeridas estão Carlos Jatobá (que é empresário de jogador!), Nem (sim, o capitão do título brasileiro de 2001) e Jorge Dib Sobrinho (fiel escudeiro de Onaireves Moura; se você não lembra quem é, procure qualquer foto de entrega de troféu de campeão estadual da era Moura, ele sempre estava lá).
Jogo em casa
A derrota do Paraná no TJD não deve ser vista como definitiva. Desde que decidiu entrar como terceiro interessado no caso Adriano, o clube sabe que suas maiores chances de sucesso são no STJD a quem caberá a decisão final sobre o caso. Alessandro Kishino, diretor jurídico do clube, fez parte da procuradoria do STJD por cinco anos. Saiu por coerência, era incompatível servir à Justiça Desportiva e ao clube de coração ao mesmo tempo. Kishino conhece a cabeça dos procuradores e dos auditores do Tribunal. Pode preparar uma exposição sob medida e fazer o gol que sempre sonhou em fazer pelo Tricolor. No Rio, o Paraná jogará em casa.
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