Proponho um desafio aos leitores. Lembrar, daqui a cinco anos, os cinco votos da eleição de domingo e cinco lances do Atletiba de amanhã. Embora não haja a menor dúvida da diferença de importância entre os dois eventos do fim de semana, é evidente que cada detalhe do clássico ficará mais marcado na memória do que os números que cada um de nós digitar na urna eletrônica. Votar, já há algum tempo, é um exercício de desencanto. O futebol, apesar dos muitos pesares, ainda preserva nos clássicos um encantamento.

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Cada Atletiba assume personalidade própria, com protagonistas e histórias predeterminados e espaço para surpresas. O primeiro marco é traçado pela tabela. Se o Coritiba perder, já era. Fazer 23 pontos em 36 possíveis é matematicamente viável, mas mentalmente distante para quem teria pela frente a certeza de no mínimo mais uma rodada na zona e o peso da derrota no clássico. O Atlético não resolve sua vida ganhando, mas restabelece o ciclo que moveu a molecada no primeiro turno.

Vitória do Coritiba não será redenção matemática - nem mesmo servirá para tirar o time da zona agora. Mas criará uma sinergia time-torcida que é fundamental para quem pretende fugir do rebaixamento. Com o bônus de trazer o Atlético de volta para a confusão.

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Se der empate… Bom, empates deveriam ser proibidos em clássico.

Há, ainda, as histórias individuais. A de Alex é a que desperta maior expectativa. É o jogo que une as duas pontas da carreira de Alex. O início, marcado pela exibição e o gol no Atletiba que devolveu o Coritiba à primeira divisão, em 1995. O fim, uma decisão para manter o Coxa na mesma primeira divisão. Também será especial para quem está do lado de fora. Alex é o último jogador em atividade do futebol paranaense que a minha geração conheceu. Figuras como ele, Paulo Rink e Ricardinho começaram por aqui, construíram carreiras brilhantes pelo mundo e voltaram - os dois primeiros ainda como jogador. Quem, hoje, é capaz de repetir esse roteiro?

Torço que seja Marcos Guilherme. Na bola, pertence à mesma linhagem de Alex. Fez gols nos dois Atletibas que jogou. Dois clássicos com asterisco. O primeiro, por ser entre garotos. O segundo, por ser em Maringá, sem o ambiente e o DDD originais do Atletiba. Como se sairá Marcos Guilherme no primeiro Atletiba entre adultos e em território hostil? Tem tudo para ser uma das grandes histórias do jogo.

Como também pode ser Marcelo, que ainda não tem um grande Atletiba no currículo. Ou Zé Love, que joga com a voltagem ideal para o clássico. Ou Cléo, que quase morreu pela rivalidade na Sérvia e esteve prestes a fechar com o Coxa este ano. Ou mesmo Geraldo, dono de um dos currículos mais brilhantes da história recente do clássico.

Bom Atletiba a todos.

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