Roth encheu a boca para falar que tem respaldo de Vilson Ribeiro de Andrade para seguir no Coritiba. Dois dias antes, o próprio dirigente dissera o mesmo ao Robson Martins. O Coxa tem somado pontos que o mantém sob expectativa de sair da zona rebaixamento – o clube ganhou 8 dos 15 últimos pontos que disputou.

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Roth está há tempo suficiente no banco de reservas para saber como o negócio funciona. Enquanto tiver o respaldo de quem manda, oferecer resultados esporádicos e se dispor a absorver as cobranças e pancadas da torcida e da imprensa, sempre estará no jogo. Em troca, ganha passe livre para implementar seu futebol rústico.

Achei esmola demais a faceira prévia de time que saiu do treinamento de terça-feira, com Germano, Norberto, Dudu e Zé Rafael no meio. Isso não é Celso Roth. Um time de Roth passa, obrigatoriamente, por um meio de campo com Germano, Hélder, Gil e Dudu – se houvesse ambiente para tanto, Baraka estaria ali no lugar de Hélder.

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Roth é da linhagem de treinadores que puxa o nível técnico e tático do jogo a um estado primitivo. Quando atinge esse ponto, seu time, por absorver melhor essa filosofia, prevalece. Faz sentido em um campeonato em que o seu elenco é claramente inferior a todos os demais. No Brasileirão, o Coritiba faz parte de uma imensa massa de 15 elencos do mesmo nível mediano. A partir daí, é aquilo que o treinador consegue extrair do elenco que determina em qual ponto dessa massa o time ficará. Quem opta por um futebol rústico e atrasado inevitavelmente vai para a ponta de baixo na maratona de pontos corridos – embora sempre possa, com a mesma fórmula, prosperar nos arranques curtos do mata-mata.

Rústico e atrasado também foi o comentário de Vanderlei Luxemburgo, no Sportv, à hipótese levantada por Tostão de Paulo Henrique Ganso se tornar um meia recuado – algo toscamente simplificado para "um segundo volante". Nos lugares onde o futebol caminha pra frente, é perfeitamente cabível um jogador recuar para armar o jogo e avançar quando é necessário marcar, deixando a parte mais suja dessa tarefa a quem for mais apto a executá-la. Fluidez que parece não entrar na cabeça dos professores brasileiros. Nem mesmo daqueles que já estiveram na vanguarda.

Essa dificuldade de compreensão atinge mesmo os mais jovens. Doriva arma o Atlético como se fosse um time de pebolim disposto sobre uma mesa torta. Não adianta entupir o meio de campo de jogadores que a defesa continuará desprotegida enquanto não houver aproximação deste setor com a zaga. O ataque com Marcelo e Cléo fica torto e perde mobilidade. Deixar Douglas Coutinho, artilheiro do time, no banco é um erro. Faria mais sentido aproveitar a capacidade de movimentação de Coutinho e Marcelo no ataque, com Marcos Guilherme se aproximando com a mesma liberdade de movimentação entre os lados e o meio. Uma fluidez que permitiria, até, construir um meio com maior capacidade de marcação que proteja a defesa. Idas e vindas demais para as rústicas mentes dos treinadores.

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