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Escrevo sem ter ouvido a coletiva de Adilson Batista. Difícil imaginar alguma explicação lógica para o treinador ter escolhido morrer abraçado com um sistema que claramente impedia o Atlético de atacar e não era eficiente para se defender.

Jogar com três volantes não é problema se um deles sabe sair para o jogo e se os laterais aproveitam a marcação reforçada para avançar ao ataque. Uma teoria que não vira prática quando o volante para sair para o jogo é Róbston e um dos laterais é Paulinho. Rômulo esteve tímido. Quando atacou, fez a jogada do gol de Nieto. O Atlético precisava que ele arriscasse mais.

A demora em por Nieto no time foi outro erro crucial e evitável. O Atlético passou um tempo e meio cruzando para Guerrón cabecear. Pela falta de um bom cabeceador, a jogada aérea resumia-se a Paulo Baier cruzar em cima de Fernando para ver se ele entregava.

Mesmo fazendo quase tudo errado e fora de hora, o Atlético esteve a um passo da semifinal. Uma síntese da temporada. Nos momentos decisivos, o time sempre ficou a milímetros do sucesso. Distância demarcada pela deficiência de um elenco mal montado e erros do treinador. Ontem não foi diferente.

Respeito

Há um claro viés político na escolha de Paulo Rink para a gerência de futebol do Atlético. Nos agitados bastidores rubro-negros, o ídolo foi mencionado até como candidato da oposição na próxima eleição. Pelo sim, pela não, melhor para a situação trazê-lo para debaixo do seu guarda-chuva.

O maior efeito é junto à torcida. O atleticano olha para Paulo Rink e diz: "este é um dos nossos". Seus acertos serão comemorados como gols; seus erros, relevados, pois o senso comum será de que ele tentou o melhor para o clube. Mesmo sem experiência para o cargo, Paulo Rink devolve à gerência de futebol o respeito que o cargo exige, algo que se perdeu rapidamente com Ocimar Bolicenho, cujas atitudes sempre eram acompanhadas pelo carimbo de paranista.

Paulo Rink não precisa do cargo para sobreviver. Tem seus negócios e investimentos que lhe garantem uma boa vida mesmo fora do futebol. Isso e o seu histórico indicam que ele deverá ficar imune às tentações que cercam qualquer dirigente de clube.

Carroça

O Coritiba tem menos de uma semana para conhecer o Ceará. As entrevistas após o jogo do Pacaembu transpareceram que o elenco alviverde tem tanta informação sobre os cearenses quanto o Palmeiras sabia do Coxa antes do duelo no Couto Pereira – e deu no que deu. Dois observadores estiveram no Engenhão semana passada e há três outros jogos do Vozão exibidos pela tevê como material de análise.

O jogo gira muito em torno de Geraldo. Esqueça aquele jogador lento e indolente que passou pelo Alto da Glória. No Ceará, Geraldo joga muito, põe a bola onde quer. Iarley tem liberdade para se movimentar pelo ataque, sabe encontrar espaços vazios na defesa inimiga. Fabrício e Erivélton são bons na bola alta e João Marcos é um carrapato na marcação.

O caminho do gol? Ataque por baixo, quanto mais veloz, melhor. Fabrício e Erivélton são fracos tecnicamente e podem ser facilmente envolvidos.

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