El Morro García é a primeira grande contratação do Atlético para 2011. Em um time pronto, a espera de um semestre para fazer o grande investimento do ano denotaria planejamento e paciência para esperar a hora certa de aprimorar o elenco. Mas no tumultuado Furacão de 2011, trazer o primeiro reforço não mais uma mera contratação somente na metade de junho é sintomático e preocupante. Sintomático porque só reitera a série de erros do futebol rubro-negro na temporada e preocupante porque deixa uma dúvida: é o suficiente para a guinada que o clube precisa dentro de campo?
García, isoladamente, é um ótimo reforço. Fez 27 gols em um campeonato de muita marcação como o Uruguaio, é uma das joias do projeto de reconstrução da Celeste comandado por Oscar Tabarez e, mesmo com apenas 20 anos, é muito melhor que qualquer camisa 9 que tenha passado pela Baixada desde a saída de Alex Mineiro para o Palmeiras.
A questão é como e quando ele vai se encaixar no disforme time rubro-negro. Como bem definiu Augusto Mafuz na semana passada, a melhor exibição do Atlético neste Brasileiro foi suficiente apenas para empatar com o morno time do Flamengo. A atuação de domingo, contra o Figueirense, beirou o desesperador.
Quando o campeonato começou, escrevi que apostava neste time do Atlético. Hoje, vejo que a minha convicção soa a teimosia. Enquanto apenas a imprensa fizer essa confusão, tudo bem. Mas o que esperar quando o treinador parece não enxergar mais a fronteira entre convicções e teimosias?
Bola dentro
Não costumo elogiar dirigentes. Não é preconceito, apenas precaução depois de ver tanta gente com verniz moderno cometer cartoladas de deixar Eurico Miranda ruborizado não me refiro especificamente ao futebol paranaense. Mas Alfredo Ibiapina merece aplausos pela condução da contratação de García. Primeiro por captar um jogador que, como em 99% das vezes, inexplicavelmente não estava no radar dos clubes brasileiros. E, segundo, por virar uma negociação que foi dada como perdida por ele, pelo Nacional e pela imprensa uruguaia. A conferir como será sua incursão no mercado argentino.
Complexo de Bozó
Domingo à noite, espichado no sofá, fui conferir os gols da rodada do Brasileiro. Sem que ninguém me pedisse licença, acabei apresentado ao João Sorrisão, um joão bobo que será dado a cada jogador que repetir o seu movimento na comemoração do gol. E seguiu-se uma seleção de gols comemorados à moda do João Sorrisão.
O que comprova que as dancinhas mal-ensaiadas não eram o crime mais cruel que poderia ser cometido contra o grande momento do futebol. O mais triste é ver a alegria e a passividade bovina dos jogadores por entrar na nova onda. Parecem o velho Bozó, personagem do Chico Anysio que se sentia importante somente por pendurar um crachá bonito e poderoso no pescoço.
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