O Coritiba viveu um conto de fadas de um ano e meio. Tempo em que absolutamente tudo deu certo e o clube esteve a um gol de conquistar um título nacional que projetava disputar somente em 2013. O Coxa foi vice-campeão e com a frustração natural por não ficar com a taça surgiram alguns questionamentos. A primeira semana para respirar após a série de jogos decisivos na Copa do Brasil, entremeada pelas rodadas iniciais do Brasileiro, é uma boa oportunidade para fazer uma rápida avaliação e ajustar o que for necessário.
Fora de campo há quase nada a mexer. A solidez administrativa que o Coritiba adquiriu neste ano e meio é invejável. Basta os dirigentes não deixarem que o torcedor chateado pelo quase título não se sobreponha ao administrador que sabe que o clube está no caminho certo. O discurso indica que o resultado foi assimilado. É preciso ver na prática.
Como também é preciso ver na prática a reação da torcida. Na semana que vem, devem ser anunciadas promoções para o sócio-torcedor, uma maneira de manter o quadro aquecido. Vilson Ribeiro de Andrade não acredita em uma redução por causa do vice-campeonato. "Se alguém comprou o plano de sócios só para ver o jogo do Vasco, então não é torcedor", desafia. Discordo. Considero natural, até, que baixe dos 31 mil atingidos. Ainda assim, ficará um quadro invejável.
A fidelização do torcedor depende muito mais do time em campo do que das promoções fora dele. E para que o Coritiba volte a vencer, está evidente que Marcelo Oliveira precisa fazer alguns ajustes. Lucas Mendes cumpriu bem a função de estepe de Eltinho até certo ponto, mas claramente não tem mais futebol para ser titular. Como também é gritante que Léo Gago precisa de um banco, pois há tempos ele não exibe o futebol que fez dele o craque do Estadual e peça-chave para a fluência do jogo alviverde.
Fazer esses ajustes de forma rápida e eficiente será a melhor indicação que perder o título para o Vasco não passou de breve turbulência.
Segundo teste
Contra o Salgueiro, o Paraná mostrou virtudes importantes para semana de dois jogos fora de casa, contra Goiás e Náutico. A linha de quatro defensores pode ficar mais tempo fixa em dois jogos fora de casa; ao invés de sofrer com a transição nem sempre eficiente para três zagueiros, como aconteceu na sexta-feira. Além disso, Everton Garroni tem um passe bom o bastante para iniciar os contra-ataques paranistas. O Goiás é o favorito da Série B deste ano, mas não será surpresa se o Tricolor voltar do Planalto Central com um ponto.
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