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A operação abafa desencadeada para livrar o pescoço de Mario Celso Cunha presta o desserviço de minimizar ou tratar como coisa do passado a incorreta postura do atual secretário da Copa, há dois anos, no Conselho Deli­­berativo do Atlético.

É fato que Mario Celso na época não era secretário e que ele também não defende que o clube deixe de pagar o empréstimo por conta própria, o que aí sim configuraria calote. Mas ele já ocupava um cargo público, o de vereador, o que torna o seu discurso igualmente irresponsável com aquilo que é seu dever defender. Se a tradição política brasileira permite supor que os empréstimos para construir estádios serão transformados em doação é muito por causa de posições como a de Mario Celso diante dos conselheiros do Atlético. Ao usar a possível anistia como argumento para tranquilizar os conselheiros, ele apenas unta a forma para que seja assada mais uma pizza à custa do dinheiro público.

Desconectado

Mario Celso Petraglia usou exaustivamente as redes sociais para pavimentar seu retorno à presidência do Atlético. Para ficar apenas em dois episódios: foi no Facebook que MCP despejou a lista de salários do elenco do ano passado e foi via Twitter que o dirigente e sua tropa de choque elevaram a temperatura das críticas à gestão Marcos Malucelli após cada tropeço dentro de campo.

Agora no poder, Petraglia sentiu o poder inverso das redes sociais. A cada atuação ruim do Atlético – e têm sido algumas desde a conquista do primeiro turno –, inúmeros torcedores cobraram dele contratações e até, pasme, a ressurreição de Fari­­nhaque para diretor de futebol. Petraglia desmontou seu acampamento virtual e ameaçou, in­­clusive, deixar o clube. Ao por a ca­­ra na internet, qualquer pessoa conhecida elimina as barreiras entre o seu trabalho e o público. Para quem não souber lidar com isso, realmente o melhor é manter o computador e o smart­­phone desligados.

Keirrison

O ato reflexo do torcedor do Co­­ritiba diante da contratação de Keirrison é acreditar que to­­dos os problemas do ataque alviverde acabaram. Não é bem assim. Keirrison volta a treinar em junho, sua reestreia ocorrerá no segundo semestre e, depois de tanto tempo parado, dá para imaginar que o bom futebol só voltará ano que vem. E se voltar, pois desde meados de 2009, quando fechou contrato com o Barcelona, ele tem devido gols, regularidade e boas atuações.

O K9 não existe mais. O que existe é Keirrison, um jogador com um bom passado tentando es­­calar novamente a montanha que todo o atleta iniciante tem diante de si. Keirrison já escalou boa parte da montanha uma vez. Resta saber se ele lembra o caminho e está disposto a todo o sacrifício exigido para percorrê-lo novamente.

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