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Mario Celso Petraglia e Vilson Ribeiro de Andrade estão na história dos seus clubes. Petraglia é o maior presidente da história do Atlético. Vilson perde para Evangelino, mas como sua biografia no Coritiba ainda está sendo construída, pode ganhar uma posição – ou perder. Ambos merecem a condição atual, diante do elevado índice de acerto à frente de seus clubes. O que, obviamente, não exime nenhum dos dois dos erros.

Um dos erros da era Petraglia e da era Vilson é o sufocamento de novas lideranças – não necessariamente proposital. Procurar nas fileiras do Atlético uma força política consolidada, que possa trazer ideias novas ao clube, é procurar água no deserto.

Vilson está há bem menos tempo no Coritiba, mas já começam a rarear alternativas políticas no clube. Exatamente por isso soa surreal a versão de "ato político" para o vazamento da carta dos jogadores. Demora a surgir um nome que poderia fazer esse ato catapultar uma candidatura consistente. E os poucos nomes que veem à mente, alguns neurônios mortos depois, não inspiram muita confiança.

Este cenário faz com que os atuais presidentes continuem sendo os melhores nomes para a dupla. Na falta de nomes no Atlético, melhor dar um ano a mais a Petraglia. Na falta de nomes no Coritiba, melhor dar outro mandato a Vilson. Uma lógica por exclusão, mas também, justiça seja feita, pela obra visível de ambos nos clubes. O problema é que, cedo ou tarde, a pobreza de novas ideias cobra sua conta em um clube de futebol.

Papo reto

Deivid teve seu melhor momento no Coritiba no último trimestre de 2012, logo que chegou e recebia religiosamente salário e direito de imagem. Ano passado, o melhor momento do atacante foi no 1 a 0 sobre o Grêmio, dois dias depois de ele assinar o acordo que renegociava a dívida do Coritiba – e pela qual Deivid já havia pego R$ 240 mil no fim de julho.

Não acredito que seja coincidência o melhor Deivid ter aparecido quando o Coritiba conseguiu pagar tudo o que havia prometido. E não me venham com hipocrisia. Não estou falando de corpo mole ou de ser mercenário. Sugiro ao leitor imaginar como ficaria sua cabeça para o trabalho se o seu empregador deixasse de lhe pagar 50, 60% do prometido. Seria difícil manter a concentração, não?

É assim com você, é assim com o colunista, é assim com o jogador de futebol. E pouca diferença faz se o salário é o mínimo ou repleto de zeros. Cada um programa sua vida de acordo com aquilo que alguém se compromete a pagar em troca do trabalho. E aí, vale a máxima de que o combinado não é caro nem barato, é justo.

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