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Ter um craque trintão, de preferência no meio de campo, tornou-se item obrigatório para se dar bem no futebol brasileiro atual. Coritiba, Atlético e Paraná preenchem muito bem essa cota, com Alex, Paulo Baier e Lúcio Flávio, respectivamente. Os três times somaram – e continuarão somando – muitos pontos na conta dos três velhinhos.

A grande questão é saber o limite exato para usá-los. Não há contraindicação quanto à capacidade técnica. O nó é físico.

Sempre que pode, Paulo Baier cutuca a política de Ricardo Drubscky de tê-lo mantido no banco por questões físicas. O discurso de Baier é de que ele tem condições de disputar jogos em sequência em alto nível, do início ao fim. E tem provado na prática. A questão é: até quando?

No sábado, Dado Cavalcanti justificou o uso de Lúcio Flávio em todas as partidas ao dizer que não é de frear jogador. Na prática, Lúcio Flávio se sente em condições de jogar sempre e Dado se fia na palavra do jogador. Na prática, tem funcionado. A questão é: até quando?

A ideia do Coritiba era usar Alex durante toda a maratona, dosando o desgaste com substituições dentro das partidas. O rumo dos jogos (Vitória e Ponte Preta, por exemplo) obrigou Marquinhos Santos a usar Alex por mais tempo. A conta foi cobrada contra Cruzeiro e Grêmio. Ainda sobrou uma fatura residual, apresentada no intervalo da partida com o Vasco.

Ali, a prudência falou mais alto. Alex foi substituído. Atenuou-se o estrago. Melhor perder Alex por um tempo contra o Vasco e do jogo com a Portuguesa do que por um tempo mais longo.

Essa é a prudência que tem de nortear a maneira como os técnicos administram suas maiores estrelas. É naturalmente difícil falar para jogadores com carreiras consolidadas que, por mais que eles se sintam bem para entrar em campo, o ideal para a sequência é que eles fiquem de fora. Também se assume uma responsabilidade extra perante torcida e imprensa. Se o time perde sem Lúcio, Alex ou Baier porque o técnico decidiu deixá-los no banco, a tendência é a bomba cair no colo dos treinadores.

Um risco necessário, ainda mais com as opções que se tem no banco: Lincoln no Coritiba, Elias no Atlético e Fernando Gabriel no Paraná. Todos têm condições de dar a seus times a segurança necessária para que os "velhinhos" respirem e continuem brilhando, conforme exige a edição 2013 do manual de sobrevivência no futebol brasileiro.

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