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Não deu casamento o namoro do trio de ferro com o rebaixamento. O Atlético foi flerte rápido, uma noite e nada mais. O Paraná encaminhou noivado, mas preferiu seguir a vidinha modesta de Série B mesmo. Com o Coritiba a coisa foi séria. Fez enxoval, comprou casa e armou lua de mel em Lucas do Rio Verde com escala em Itápolis. Na última hora, largou a "noiva" no altar.

O alívio geral não pode esconder o quanto a falta de visão contribui para aniquilar as já modestas ambições do futebol local. Coxa e Paraná são os casos mais graves. Ambos saem de mais uma luta contra o descenso pior do que entraram.

O lamento geral pela aposentadoria de Alex ofusca o tamanho do desmanche no Coritiba. Treze jogadores têm contrato terminando. Estão no pacote nomes importantes, como Hélder, Rosinei, Joel, Zé Love e Wellinton. Também gente que nem deveria ter vindo, como Baraka. Ou pesos pesados da folha salarial, como Júlio César e Lincoln. Olhando mais para frente, o vínculo de Carlinhos vence em maio. Vanderlei e Leandro Almeida têm contrato mais longo, mas, com mercado e talvez cansados, são nomes a ser considerados na lista de saídas. A reposição imediata deveria vir da base. Aquela que ganha títulos como quem conquista territórios no War, mas não consegue concluir a transição dos piás para o profissional.

O cenário do time do Coritiba em janeiro permite imprimir uma nítida fotografia do futebol alviverde nos dois últimos anos. Apostas caras em jogadores que não deram certo, subutilização da base, contratações de curto prazo para evitar o rebaixamento. Tudo que o manual da gestão manda não fazer.

A solução começa por a próxima diretoria jogar limpo com o torcedor. O papo de usar o Estadual como laboratório será inevitável – e o torneio serve para isso. Mas prometer um time pronto já para a largada do Brasileiro será estelionato com o torcedor. 2015 será um duro ano de reconstrução para o Coritiba dentro de campo. É a verdade e ela deve ser dita.

No Paraná as verdades têm saído aos poucos, em cada entrevista pós-jogo ou postagem em rede social de jogador que vai embora. Tiago Alves ainda não merece nota de rodapé na história do futebol brasileiro, mas foi preciso ao dizer que o Paraná está nas mãos de pessoas que não sabem o tamanho do clube e que o Paraná não tem culpa das pessoas que estão na sua direção.

Em outros tempos, dirigentes que ouvissem isso de um jogador teriam o bom senso de ir embora. Como o mundo atual é moralmente mais permissivo, resta torcer para que eles leiam, reflitam e apresentem um plano real e factível de saneamento do Paraná. Só falta alguém achar que 4 a 1 no América-RN mortinho é sinal de que, mais uma vez, só faltou R$ 1 milhão para subir...

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