Situação e oposição do Coritiba prometem não tratar de eleição enquanto houver risco de rebaixamento. Compromisso natural de quem não quer, se tudo der errado, levar o rótulo de culpado por uma queda. Mas não quer dizer, nem de longe, que a campanha seguirá congelada até 7 de dezembro.
A campanha está a pleno vapor no Coritiba há tempos. Nas conversas entre sócios, nos fóruns virtuais, nas redes sociais. Os candidatos não precisam por a cara. Basta ter um exército virtual e real de correligionários bem treinados para manter a permanente busca por votos no pleito. Nada de anormal.
Ao longo dos últimos meses, Alex envolveu-se com projetos para o futuro do Coritiba ao ponto de Marcelo Almeida condicionar sua candidatura a ter o atual capitão como futuro gerente de futebol. Nem por isso Alex deixou de treinar, jogar, viver sua rotina no clube. Vilson Ribeiro de Andrade montou chapa enquanto dirigia o Coxa e tratava da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE). A vida é assim. As pessoas tocam várias frentes de trabalho ao mesmo tempo e, não raramente, fazem com que um projeto sirva de impulso para outro. Engraçado que no futebol haja um desespero histérico sempre diante de qualquer sinal de atenção dividida.
Obviamente, não pode haver espaço para baixaria, ataque pessoal ou interferir na rotina do time em nome da campanha. Isso não pode acontecer em qualquer situação, não apenas em meio a uma briga contra o rebaixamento. Respeitando esse limite, a campanha existirá e será inocência acreditar que não. Tão inocente como achar que a filha e o namorado passam horas no quarto apenas lendo Voltaire, assistindo filme iraniano e ouvindo a banda Malta.
O certo e o duvidoso
Causou enorme gritaria a relação entre o Paraná se salvar do rebaixamento à Série C e a diretoria pagar os atrasados. O fato concreto é: escapar da queda permitirá à diretoria adiantar a cota da próxima Série B e pagar os jogadores. Isso é o seguro, a certeza de que os jogadores receberão o que o clube lhe deve.
Cair não é, óbvio, sinônimo de calote. Mas é manter a quitação dos salários no campo da dúvida. O Paraná pode pagar vendendo um jogador, fechando um patrocínio, tomando um empréstimo, etc. Alternativas que certamente estão sendo trabalhadas, mas ainda não são concretas. Os jogadores, que já lutariam naturalmente contra a queda, ganharam um motivo a mais para correr. Escapar é a certeza de receber. Cair é seguir na dúvida até o clube encontrar outra solução.
Nada, porém, apaga algumas verdades: quatro meses de atraso de salário é inaceitável no futebol profissional; o Paraná regrediu financeiramente de um ano para outro e o adiantamento da cota Série B, se houver, cobre um buraco agora, mas destapa outro para 2015. Ou seja, só empurra o problema com a barriga.
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