Neymar entregou dois belos gols ao público presente no Emirates Stadium e recebeu em troca uma banana. A fruta já havia sido oferecida a Roberto Carlos dias antes por "corajoso" torcedor do Zenit com o rosto encoberto. Sem o adereço fetichista dos preconceituosos, mas com urros imitando um macaco, a torcida do Atlético de Madri rendeu sua "evoluída homenagem" ao lateral-esquerdo Marcelo. Danilo já verbalizou para Manoel. Antônio Carlos escancarou raspando os dedos na pele clara do seu braço e parte da torcida do Juventude riu e apoiou. Como já testemunhei ou ouvi relatos de gente próxima e séria que muito torcedor riu quando um iluminado, no Couto, na Arena, na Vila ou em algum outro canto, gritou "macaco" para desconcentrar um jogador do time adversário, sem perceber que agredia a si mesmo ao mostrar sua inteligência limitada.
O racismo é uma praga social. Está na desconfiança do manobrista quando um negro desce de um carro bacana em um restaurante da moda, no olhar assustado de uma moça bem nascida quando é fitada por um negro na balada e nas arquibancadas de futebol mundo afora.
Para a vida real, há leis bem definidas, que diferenciam inclusive racismo e ofensa com fundo racial (a segunda, mais comum e de pena mais branda). A aplicação, claro, esbarra no medo da denúncia ou na parcimônia do judiciário, como qualquer coisa que exija Justiça no Brasil.
No mundo de fantasia do futebol, nem o primeiro quesito é preenchido. O racismo é punido em regra com multas que, diante do faturamento dos clubes, mais parecem troco de pinga. Eventualmente um estádio é interditado, um torcedor é banido o iluminado do Zenit não poderá mais frequentar o estádio do clube, historicamente leniente com a discriminação racial pregada pelos seus torcedores. Pouco diante de ato tão grave.
Racismo no esporte deveria ser encarado com o rigor que é encarado o doping. O Código Mundial Antidopagem prevê pena de até dois anos diante do primeiro teste positivo e banimento em caso de reincidência. Bingo! Que se faça o mesmo com o racismo dentro de campo.
Para o que vem das arquibancadas, inclemência similar. De três a cinco níveis de punição, da perda exemplar de pontos à proibição de jogar com público, chegando ao rebaixamento compulsório e suspensão das atividades. Sem choro.
Já passou da hora de o esporte dar uma bela banana para o racismo.
Marasmo
O Campeonato Paranaense entrou no ponto morto comum aos longos estaduais. O número excessivo de partidas dá a impressão de que os times jogam, jogam e nada acontece. No caso do Paranaense, os times jogam, jogam e o Coritiba segue na frente. A dúvida é se o Coxa ergue o troféu no Atletiba da penúltima rodada ou na saideira contra o Cianorte. Final? Só se for a do Paulista.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas