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Qual o último jogo decidido por Adriano? Não custa muito e vem à mente o gol do Corinthians contra o Atlético Mineiro, na reta final do Brasileiro de 2011. Acima do peso, mas com a perna esquerda calibrada, Adriano solta uma bomba e deixa a taça mais perto do Parque São Jorge. Qual a última grande temporada de Adriano? A mente viaja mais longe. Chega até 2009, quando o Imperador foi brilhante na arrancada que levou o Flamengo ao título brasileiro. Vem mais fácil na memória os problemas do Imperador. Peso, inatividade, faltas, noitadas, Racionais MC’s…

Instintivamente, a pergunta diante da notícia de que o Atlético assinou com Adriano é: onde o Atlético está se metendo? Com um pouco mais de atenção, fica claro que não é bem assim.

Contratar Adriano é um risco, sem dúvida. O risco que se tem ao contratar alguém que não joga há dois anos. A rotina do futebol – treinos, viagens, concentração – é tão massacrante que muitos jogadores não suportam retomá-la após passar um tempo vivendo como gente normal. A exigência física também pesa. Será inevitável Adriano conviver com lesões musculares e alguns erros básicos até retomar o ritmo normal de jogo. E tem a atração que ele sente pelo Rio de Janeiro, que aflora a cada folga.

(Parêntese: o problema de Adriano não é a favela. O Imperador corre para o morro porque é onde se sente à vontade, onde está sua história, onde consegue se isolar dos problemas. E são problemas invariavelmente do asfalto, de gente que se aproxima dele por causa da fama e do dinheiro. Para Adriano, o morro não é problema, é solução).

Mesmo com todos esses senões e o risco embutido neles, e se Adriano der certo? Ou melhor: e se Adriano continuar dando certo? Pois é inegável que como marketing a história já funcionou. O Atlético teve projeção no mundo inteiro, há várias oportunidades de negócio surgindo para o clube por meio do jogador e, com a Copa logo ali na esquina, o Imperador será um embaixador poderoso para o Furacão.

Falta, claro, o mais importante e difícil, funcionar em campo. Não dá para esperar o Adriano de 2005. Provavelmente nem mesmo o de 2009. Mas o Adriano de 2010, que fez 15 gols em 18 jogos pelo Flamengo, serve ao Atlético perfeitamente. No cenário atual do futebol nacional, basta ao Imperador apresentar 20% do futebol de 2009 para ser o melhor atacante em atividade no Brasil. É nesse horizonte que o Atlético deve mirar, mesmo sabendo que há uma série de obstáculos pelo caminho. O lucro se Adriano der certo é maior que o risco em contratá-lo.

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