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O Rei do Futebol faz 70 anos. Nascido em Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, Edson Arantes do Nascimento é o nome mortal do maior mito que o mundo esportivo já produziu. Pelé, o imortal, fez 1.284 gols. Com 21 anos, Pelé completava uma lista de 500 gols na carreira. Com 29, chegou ao milésimo. Extraordinário!

Craques surgem aos montes, todos os dias. "É um novo Pelé", costumam exagerar. Jamais teremos um novo Pelé. Pelé é incomparável. Insuperável. Por isso foi coroado Rei. E reina soberano. Disputou quatro Copas e venceu três. Em 1958, revelou-se para o mundo na Suécia. Em 1962, machucou-se e deixou de ser protagonista. Em 1966, foi caçado. Em 1970 consagrou-se, na melhor seleção de todos os tempos, a brasileira tricampeã mundial no México.

Quem viu Pelé jogar tem o privilégio de guardar na memória os movimentos precisos, a capacidade indiscutível e o talento nato de um monstro sagrado dos campos de futebol. Pelé foi tão genial que deixou entre os grandes momentos gols que não fez. Gols em 1970, que seriam de placa, mas os caprichos do destino desviaram as trajetórias das bolas para linha de fundo.

Pelé tratou a bola como ninguém, tornou-se cúmplice dela ao longo da vida. Teve com a "pelota" uma relação de amor incondicional. Pelé e a bola eram tão íntimos que um dia o mestre Armando Nogueira, o "Pelé do Jornalismo", afirmou que "se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola", dando a exata dimensão da habilidade que Deus deu ao craque na forma de dom. Podem tentar comparar alguém a "Ele", como dizia o narrador Walter Abraão, que narrou inúmeros gols de Pelé. Mas, Pelé é incomparável.

Clássicos

Clássico é um estado de espírito. É um confronto de corpo e alma, de entrega e de amor à camisa. Clássico não é um jogo qualquer, como os outros da tabela do campeonato. Ele mexe com a cidade, torna a atmosfera diferente.

Dia de clássico não é um dia comum. Coritiba e Paraná jogam um clássico na Série B. Isso é um detalhe, o que importa é o confronto, de corpo e alma, de amor à camisa. Alviverde versus Tricolor.

Atlético e Fluminense vão ferver o Caldeirão da Baixada. Vale o sonho da Libertadores. Um jogo de arrepiar com os ingredientes que o transformam em um clássico. Um confronto de corpo e alma, de entrega e de amor à camisa. Rubro-Negro versus Tricolor!

Personagem: Pelé

"O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: a de se sentir rei, da cabeça aos pés", definiu Nelson Ro­­drigues em sua primeira crônica sobre Pelé, no dia 25 de fevereiro de 1958.

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