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Mal-estar generalizado. Políticos e dirigentes esportivos brasileiros saíram correndo para a mídia, tentando minimizar as declarações do presidente da Fifa sobre o atraso no cronograma de obras para a Copa de 2014 no Brasil.

Joseph Blatter comparou o que se faz aqui com o que houve na África do Sul (que também teve problemas a serem resolvidos na última hora) e delatou o atraso brasileiro. "A Copa será amanhã e os brasileiros pensam que será depois de amanhã", declarou. Para se ter uma ideia, algumas obras na Rússia correm mais aceleradas do que as daqui, principalmente nos estádios, que têm previsão de entrega para daqui a dois anos. Embora a copa deles seja só em 2018.

Estádios, acessos, hotéis, ae­­ro­­portos, infraestrutura... quase nada se registra de progresso em relação aos primeiros dias após a indicação do Brasil como sede para o próximo mundial. A im­­pressão que se tem é a de que o jeitinho de última hora mais uma vez será utilizado, conforme ocorreu nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, que chegou a registrar a convivência em praças esportivas de atletas com operários que ainda finalizavam obras em pleno andamento das competições (isso sem contar o escandaloso estouro no orçamento até hoje não completamente esclarecido).

Tudo porque a CBF e o governo brasileiro aceitaram sem qualquer contestação as exigências da Fifa para a confirmação do mundial em nosso país. Como se o que fosse bom para a Ale­­manha, por exemplo, funcionasse da mesma maneira por aqui. O exemplo mais próximo que temos é o da Baixada, estádio moderno, prático e confortável, carecendo apenas do fechamento de seu anel para poder ser incluído entre os melhores da atualidade. Só que não era o suficiente para Blatter e seus poderosos e uma obra perto de estar pronta teve de adaptar um orçamento cinco vezes maior para alterar pequenos detalhes que em nada servirão para a futura utilização do estádio.

Nem tanto quanto em outras praças, como a de Brasília, onde outros milhões serão enterrados em obras para a exibição de duas ou três partidas da Copa e dali em diante apenas para uso esporádico de algum "clássico" entre Gama e Brasiliense para uns 5 ou 6 mil pagantes.

Em São Paulo, o estádio do Corinthians ainda não saiu do papel (Morumbi e Parque An­­tarctica, opções viáveis e bem mais em conta não foram considerados), o novo do Inter também não e no Nordeste a burocracia pública emperra quase tudo.

Isso para ficar apenas nas praças esportivas. Porque quem viaja por aí já imagina o caos a ser estabelecido em nossos aeroportos, ainda sem qualquer sinal de obras de melhoria ou ampliação. O nosso, aqui de São José dos Pinhais, está saturado já para o movimento atual, mas pelo menos não tem enfrentado problemas de fechamento, o que só ocorre no inverno. Só que a Copa do Mundo será disputada no inverno.

É, acho que Blatter tem razão em se preocupar.

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