Líder isolado

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Houve quem criticasse o técnico Ricardo Pinto pela mudança tática no time do Paraná Clube. Paranistas, principalmente, in­­conformados com o resultado e com a atuação da equipe no clássico de ontem, no Alto da Glória.

Mas teria como ser diferente? Se entrou fechado e sofreu o que so­­­­freu já desde os primeiros instantes da partida (levando três gols ainda no primeiro tempo), tente imaginar o que poderia ter acontecido com um padrão de jogo mais aberto, oferecendo mais espaço para a exploração do anfitrião Co­­ri­­tiba.

O Coxa, então, sobra no campeonato. Perdeu três titulares no decorrer da partida e os reservas mantiveram o padrão técnico em campo como se nada tivesse ocorrido.

Pelo menos até os instantes finais da partida, quando o Pa­­raná se aproveitou do relaxamen­­to natural do adversário pela fa­­cilidade do resultado.

Os dois gols tricolores em se­­quência puseram os jogadores alviverdes novamente em ação, definindo o placar de uma vez por todas, para evitar qualquer possível surpresa. E aí, a liderança iso­­lada voltou ao natural.

Bons ventos

Em Irati, o Atlético conseguiu apla­­car o clima tenso que viveu nos últimos dias. A torcida bem que chegou a cobrar dos jogadores defronte ao hotel em que estavam hospedados, mas como no futebol a vitória apaga qualquer mágoa, festejou à vontade a partir do instante em que o resultado se apresentou garantido contra o Iraty.

Jogo de golaços, diga-se. Cada pancada na bola que pouco se vê nos dias de hoje, quando pouco se arrisca de fora da área. O jogo de ontem foi exceção, certamente. E que feliz exceção, compensando no segundo o pouco que se viu de ação conclusiva no primeiro tempo. Dos quatro gols rubro-negros, três (Madson, Paulinho e Guerrón) foram de longe. Do Iraty, um, o gol de Bruno.

O Atlético venceu e, ao contrário de outros triunfos recentes, desta vez sem qualquer contestação. Venceu e mereceu vencer, em partida franca e aberta como pouco se assiste ultimamente. E que ainda ofereceu uma bela exibição do goleiro Renan Rocha, 24 anos, cria da casa, seguro e discreto. Claro que não dá para se chegar a um parecer definitivo apenas por uma exibição, mas pelo que fez ontem o guapo já se credencia a projetar dias de menos apreensão para a torcida atleticana.

Outra constatação: Nieto tem lugar nesse time. Talvez até no lugar de Lucas, que anda um tanto apagado. Cada vez que entra o argentino joga bem (embora não seja um virtuoso, conhece os atalhos da área) e marca. Ontem de­­volveu a vantagem do placar de­­pois do empate do Iraty, que chegou a abalar o comportamento da equipe por alguns instantes.

A vitória de ontem serviu para manter a curta diferença de pontos para o líder Coxa. Ainda administrável. Desde que melhore muito, claro.