Ele não escondia de ninguém. Uma das razões de ter voltado ao ninho e assumido a camisa de titular do Coritiba – além do profundo amor pelo clube – foi a de nunca ter conquistado um título com a camisa que venera. Logo ele, que tantas outras conquistas somou ao seu rico currículo de jogador de futebol.

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Talvez até imaginasse ser um pouco mais fácil, pela demonstração que teve no primeiro turno do campeonato. O rival parecia ser o Londrina, o Atlético apenas usava a tabela para pôr uma gurizada para rodar, enquanto manifestava claramente seu desprezo pela competição.

E Alex, aos 35 anos, vislumbrava a boa possibilidade de ser finalmente campeão paranaense, como paranaense que é. Mas não foi bem assim, sabe-se agora. Não com a facilidade que se preconizava na disputa entre um time que deveria estar pronto e outro que aos poucos foi se arrumando com o passar das rodadas. A ponto de sobrar e jogar melhor nos dois confrontos anteriores.

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E justamente nos quais Alex não brilhou – e ele mesmo assim reconheceu, embora não soubesse explicar as razões.

Mas ontem o capitão coxa estava disposto a escrever a história à sua maneira. E foi quem levantou o moral do grupo quando o goleiro Vanderlei teve a infelicidade de aceitar aquele chute distante de Hernani, permitindo que fosse do Atlético o primeiro gol do clássico decisivo. Primeiro e último chute perigoso dos atleticanos – seria constatado depois.

Sem dar chance a queixumes, Alex organizou as coisas dentro de campo e dali a instantes fez o primeiro gol de seu time, batendo da entrada da área com a convicção de que acertaria o canto esquerdo do goleiro Santos. Acertou. E quando o primeiro tempo ameaçava acabar, aproveitou-se da indecisão do zagueiro para surgir por trás dele e chutar, ainda com tempo de pegar o rebote após a boa defesa de Santos.

O jogo estava decidido ali, pois o empate já seria suficiente. Mas Alex queria mais em seu primeiro título estadual. Manteve seu grupo no ataque e fez a bola estourar no travessão, num chutaço da entrada da área. E dali a pouco aplaudiu Deivid (outro que fez bela partida) por fazer o mesmo.

Quando Geraldo fez valer a função de talismã e marcou o terceiro, a festa, que estava ainda contida, começou pra valer. Justa e merecida, para quem soube ser melhor na hora certa (embora o Atlético tenha tentado equilibrar até o fim, com sua piazada valorosa, que certamente será bem aproveitada na temporada nacional).

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O Coritiba mantém a hegemonia do futebol paranaense. E Alex pôde, enfim, comemorar o título com o qual tanto sonhou desde o início de sua carreira.