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Tem coisa mais sem graça do que ficar discutindo direito de um ou de outro? Não aqui, numa conversa que deveria ser esportiva. Pois eu, com mais de 40 anos nessa lida, ainda não consegui me acostumar. E o futebol brasileiro insiste em buscar assuntos que nada têm a ver com a bola rolando, da rede balançando, da volta olímpica ou do pódio para a conversa do dia a dia. Isso cansa.

É que o país todo é emperrado, especialmente nesse viés jurídico. Nada se resolve a curto prazo, nada permite julgamentos sumários, nada. Acompanhe, por exemplo, as ações do poder público, quase sempre manietado (além da própria incompetência, é claro) pelas liminares e pelos recursos que travam licitações, tomadas de preços ou outras demandas de obras e benfeitorias. E aí, o que poderia ser decidido com um pulo, demora anos e anos. Quando não passa ao esquecimento e morre.

O futebol brasileiro carece de ações mais práticas em sua legislação. Como acontece lá fora (e é sempre cansativo citar os países europeus como exemplos, mas é o que há), onde tudo se resolve de pronto, sem cansativas e enroladas reuniões de tribunais em suas tantas instâncias. Expulso por tal infração, punição tal. Expulso por outra tal infração, punição tal mais tanto. Penas administrativas, previstas em código e imediatamente aplicadas, sem burocracia e sem intermediários.

Isso para ficarmos apenas no exemplo mais simples, que tem a ver diretamente com o imbróglio vivido na semana, com o rebaixamento da Portuguesa (e que ainda terá capítulo semana que vem, com o recurso). Não importa se a Lusa foi irresponsável por contratar um advogado por telefone e este mais ainda de não ter comunicado a punição ao clube. Ou que havia uma brecha na legislação que permitia a utilização do jogador. Ou que... ou que...

Precisamos urgentemente ser mais práticos em nossas rotinas. E o futebol espelha exatamente o enrosco que é o país, um paquiderme a tentar se mover no brejo. Assim, em vez de estarmos discutindo perspectivas para o ano que vem, temos de conviver diariamente com esse tema incômodo e desagradável – que piora ainda mais com os tantos "entendidos" que povoam as redes sociais. Será que temos saída?

Efeito Mazembe

Todo mundo achava que seria tranquilo para o Atlético-MG. E pelo jeito seus jogadores também. Tanto que entraram em campo dispersos, distantes, como se a partida pudesse ser resolvida a qualquer momento. Não foi. Os marroquinos fizeram o primeiro gol, num contra-ataque, e nem mesmo quando Ronaldinho empatou, em belo gol de falta, os brasileiros passaram a impressão de poderem chegar à vitória.

Veio o segundo gol, de pênalti, o terceiro no último lance do jogo e o sonho de decidir o Mundial ficou pelo caminho. Como naquela vez do Internacional, em 2010, contra outros africanos, do Mazembe. Disputa de terceiro lugar é prêmio consolação?

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