Que as coisas não andam bem, não andam mesmo. Mas daí a imaginarmos o caos nesta Copa do Mundo há uma distância considerável. Mesmo porque não há edição dos jogos (talvez a única exceção tenha sido Alemanha-2006) que não tenha registrado algum problema logístico, de segurança ou de organização.
Da África do Sul, a mais recente, sabe-se da dificuldade nos meios de transporte, nas longas viagens entre uma sede e outra com poucas opções de voos levando a cansativas opções terrestres, de carro ou ônibus. Isso sem contar a falta de segurança, que sugeria aos estrangeiros não se deslocarem sozinhos após um determinado horário (conforme o local em nenhum horário). Para os profissionais, a falta de opções de restaurantes ou locais de refeições condizentes com os horários de jogo.
Até mesmo na organizadíssima Copa de dois países, Coreia do Sul e Japão, em 2002, os profissionais de imprensa e os torcedores enfrentaram dificuldades, principalmente por causa das constantes viagens internacionais e a diferença de câmbio a todo instante, a confundir a cabeça dos visitantes. Tanto que, a partir dali, a Fifa desistiu da parceria de duas sedes para os eventos futuros.
Entrei no assunto por causa das reclamações e do exagero das críticas ao "puxadinho" do Atlético. É o local onde será instalado o Centro de Imprensa, que fica na rua lateral do estádio, uns 100 metros de distância. Faz parte das estruturas provisórias e será desativado após o Mundial. É lógico que tenha, portanto, suas estruturas provisórias.
Para que não fiquemos apenas nos exemplos ruins da África do Sul, terceiro mundo como nós, na França e nos EUA também foi assim e quase nada se disse. Nos estádios mais novos os franceses até que deram conta. Sem contestações em Nantes, Marselha e no Stade de France, onde a seleção brasileira jogou. Mas no velho Parque dos Príncipes (onde o Brasil enfrentou o Chile) houve problemas, pois o estádio não comportava a estrutura do centro de imprensa, que também teve de ir para um "puxadinho", com pisos e mesas de plástico, problemas nas tomadas e nos pontos de internet e uma área muito pequena para a mídia presente.
Nos EUA, então, tudo foi improviso. Longas passarelas (como essa aqui da Baixada) existiam para ligar os estádios às tendas (sim, tendas, com coberturas de circo e banheiros químicos) destinadas à imprensa. Em Stanford e Rose Bowl, especialmente, estádios antigos, que tiveram de ser adaptados ao futebol e à toda estrutura do Mundial.
São fatos que, ao contrário de agora, não tiveram a mesma dimensão quando chegaram à opinião pública brasileira. Nem interessava; era lá fora. Mas quando dói aqui, tudo repercute mais, o que é natural.
Nossos problemas são outros e inúmeros, de telecomunicações a aeroportos e segurança. Mas se for pelos "puxadinhos", estamos na média dos outros países.
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