Não é todo dia que tem 6x0. O jogo de ontem esteve longe de ser daqueles memoráveis. Pior ainda, foi enfadonho, burocrático, sem quaisquer chances de gol, a não ser as duas aproveitadas, uma para cada lado.

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Coritiba e Palmeiras não esquentaram a fria noite de inverno e o empate ficou como bom resultado, ainda que nada interessante para o Coxa, dono da casa e carente de pontos para se firmar na turma de cima da tabela de classificação.

O Coritiba ainda não acordou. Não vive um pesadelo, mas está longe do sonho.

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A encruzilhada

Todo ano é a mesma história. Campeonato Brasileiro chegando às rodadas finais, o time meio que se arrastando em campo, tentando fugir do rebaixamento ou já sem chances de atingir a parte de cima da tabela de classificação e, para manter o moral do grupo em alta, o objetivo traçado é claro: pelo menos batalhar por uma vaga na Copa Sul-Americana.

Objetivo conquistado, balanço de fim de ano, projeção para a próxima temporada e a palavra chega fácil ao discurso do cartola ou do treinador: vai ser um bom ano, teremos calendário, com o campeonato estadual, a Copa do Brasil, o Campe­­onato Brasileiro e a Sul-Americana – agora também um caminho mais curto para se chegar à Copa Liberta­­dores da América.

Até que chega o momento de se preparar para disputar a competição internacional e a conversinha começa a mudar de rumo. Importante é priorizar o Campeonato Brasileiro, para a Sul-Americana vamos de time misto – é o que mais se ouve de treinadores, seja daqueles disputando posições lá em cima, seja dos clubes lá de baixo.

Nesta segunda turma está o Atlético. Que teve no torneio sul-americano um foco internacional bem explorado na mídia no início da temporada, como um consolo por ter perdido a vaga para disputar a Liberta­­dores nos momentos finais da jornada anterior. Pois agora, quando se aproxima a data de estreia (já na quarta-feira que vem, contra o Flamengo), divulga-se uma clara divisão de pensamento entre as correntes internas do clube.

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O presidente Marcos Malu­­celli projeta boa campanha internacional e presença do Atlético pelo menos até a semifinal. O técnico Renato Por­­taluppi, mais comedido (e sabendo que é nele que estouram todas as broncas e possíveis contestações de campanha) já admite apenas cumprir tabela, priorizando as partidas do Campeonato Brasileiro, onde a equipe se debate lá nas últimas colocações.

De minha parte, acho um desperdício jogar fora uma chance dessas, embora entenda as razões do treinador. Como também entendo ser ainda uma posição defensiva, não definitiva, que terá muito a ver com os dois próximos resultados no Brasileiro, hoje, contra o Atlético Goianiense, e domingo, contra o Corinthians.

Se tudo correr bem, não há quem segure a motivação para enfrentar o Flamengo. A questão é saber se já dá para acreditar que tudo possa correr bem.