Amigos, resolvi escrever sobre a dura trajetória esportiva da mulher. E, de quebra, localizar o meu incauto leitor dentro da linha evolutiva da mulher na sociedade. Ou você ainda acha que a vida delas é sempre um mar de rosas? Foram séculos de luta e quebra de preconceitos para formar atletas como Maya Gabeira (hexacampeã do Big Rider – surfista de ondas gigantes) ou uma Jutta Kleischmidt (vencedora do Paris-Dacar em 2001) e outras tantas grandes atletas. Segue o resumo da história...

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Proibidas na Antiguidade de participar dos Jogos Olímpicos como atletas e até como espectadoras, o caminho percorrido foi longo. Após séculos de opressão, foi só a partir da Revolução Francesa que a prosperidade e o desenvolvimento econômico e tecnológico começaram a mudar significativamente a vida doméstica da mulher. A máquina a vapor, a luz elétrica e, pasmem, as primeiras cozinhas modernas, com o aparecimento de fogão e outras "facilidades", tornaram óbvia a mudança nas expectativas.

Dá para sentir toda a relevância do esporte ao possibilitar aos jovens do século 21 se encontrar fora dos limites da casa. O tênis rapidamente tornou-se o jogo preferido dos subúrbios da classe média, em grande parte por ser jogado por homens e mulheres.

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Nessa época, a invenção da bicicleta emancipou ainda mais a mulher. A prática de dançar, social e ocasionalmente, em bailes e o desaparecimento gradual das grandes barbatanas das roupas femininas, a socialização do corpo em torno das máquinas tornou os movimentos mais livres e firmes, exigindo o uso de outra invenção, o sutiã (criado depois de 1910). No final do século 21 e início do século 20, mulheres já praticavam esportes considerados inaceitáveis como o rúgbi, o boxe e o hoquei. A participação feminina em Olimpíadas foi admitida em 1900, nos Jogos de Paris, em que 19 mulheres competiram em dois esportes – o golfe e o tênis.

O movimento esportivo feminino contou com a força de uma mulher extremamente dedicada, Alice Melliat, francesa, que começou a frequentar os estádios, convencida de que o esporte auxiliava no desenvolvimento da personalidade e de um espírito desenvolto. Com o tempo, tornou-se uma excelente esportista. Em 1921 ela organizou a I Olimpíada Feminina, com a participação de cinco países e em 1922, aproximadamente 300 mulheres, de sete países, participaram da segunda versão. A incansável Alice só sossegou quando as provas femininas foram pouco a pouco incluídas nos Jogos.

O envolvimento feminino em atividades esportivas ainda é menor que a masculina, mas vem aumentando. Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, em 1900, eram 19 mulheres participantes (1,6% do total dos participantes). Em Pequim, entre 10.625 atletas, 4.329 eram mulheres (41,3% do total). O Brasil de 277 atletas mandou 134 mulheres (48,2% do total). É o mundo das mulheres no esporte que mesmo com a crise só tende a crescer. Evoé!