Depois de dois anos seguidos de domínio de Vettel e Red Bull, é com alívio que o fã de F-1 vê um GP de abertura da temporada com vitória de Jenson Button e da McLaren. A brincadeira do inglês na comemoração ("welcome to 2009") é bastante sugestiva: será que o domínio só trocou de box? Será que ele e Hamilton (que fez a pole e foi terceiro) repetirão o monopólio da Brawn GP em 2009 (o ano em que Button foi o campeão, inclusive vencendo na Austrália, daí a brincadeira no rádio)?

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Ainda é cedo para um prognóstico tão definitivo. Primeiro, porque o primeiro GP do ano é disputado em um circuito de características muito peculiares, em um parque urbano, que mescla curvas de alta e baixa velocidade em um piso de pouquíssima aderência. Só Montreal tem condição parecida.

Desta maneira, podemos esperar uma melhora de outras equipes nos GPs que acontecem em autódromos propriamente ditos (Malásia, já no próximo domingo), em especial a Red Bull, nitidamente a mais prejudicada pelo fim do difusor aquecido, seu grande diferencial em 2011.

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Todos os carros se tornaram mais ariscos, com mais dificuldade de contornar as curvas de maneira rápida e equilibrada. Mas a McLaren, que já tinha um carro mais baixo que seus rivais, foi a que menos sentiu esta perda de aderência imposta pelo regulamento. Não por acaso, é a única das grandes que não tem aquele estranho degrau na frente do carro.

Além disso, Button é um piloto que consegue extrair o máximo de performance em condições atípicas, tanto que já venceu três dos últimos quatro GPs da Austrália. Mas, antes de dar boas-vindas ao domínio de 2009, é bom lembrar que Vettel, mesmo com todas dificuldades, conseguiu um bom segundo lugar. Hamilton também sabe que não pode deixar Button escapar no começo do ano, sobretudo agora que a McLaren é o carro a ser batido. E ainda dá para esperar uma progressão melhor da Mercedes nas próximas corridas.

Quanto aos brasileiros, domingo para ser esquecido. Pior que a batida entre os dois (acidente de corrida na visão de ambos), é o fato deles estarem disputando a 14.ª colocação enquanto seus companheiros de equipe, Alonso e Maldonado, brilhavam na frente brigando por um 5.º lugar, atrás somente de Red Bull e McLaren. Que a Malásia marque a reação de Massa e Senna num ano que está apenas começando, mas que é decisivo para os dois brasileiros na F1.