Fernando Alonso otimista após o GP da Bélgica, onde ele foi a principal vítima do strike causado por Romain Grosjean? Pois é, eu também estranhei, mas as declarações de que "foi um final de semana de pouco prejuízo para a Ferrari graças aos pontos de Felipe Massa" soaram como uma campanha. Seria o início da propaganda para a "reeleição" do candidato brasileiro por um mandato de um ano na escuderia italiana? As entrevistas de Alonso no GP seguinte, na Itália, onde Massa foi de fato decisivo para um bom resultado da Ferrari, ajudaram a campanha a encontrar vozes de apoio dentro da própria diretoria da equipe e olha que Sergio Pérez, um dos cotados para a vaga do brasileiro, foi um dos destaques em Monza ao conquistar o segundo lugar.
A campanha de Alonso atingiu o auge neste final de semana em Cingapura, o que faz mesmo acreditar que Massa deve mesmo permanecer mais um ano na Ferrari. É evidente que o espanhol está contente com a atual situação no time, em que ele é o autêntico líder e não tem um companheiro de equipe que crie um clima de discórdia com os outros integrantes e mesmo dentro da pista.
O trauma da convivência de Alonso, na McLaren, em 2007, com Lewis Hamilton, que em poucas corridas roubou o lugar de "queridinho" do time inglês, ensinou a dura realidade ao espanhol algo que outros campeões mundiais, como Michael Schumacher, Ayrton Senna, Alain Prost, entre outros, aprenderam também em algum momento de suas carreiras. Por isso, Massa sabe que só depende dele a renovação. Não adianta ser a escolha de Alonso se seus resultados forem muito aquém do esperado. Mas, com a melhora nos últimos GPs (especialmente o da Itália), parece que a cúpula do time italiano não teria mesmo o porquê de uma arriscada escolha por um jovem piloto.
Afinal, se esta nova apostar for acertada demais, e o talentoso piloto comece a rivalizar com Alonso, a escuderia terá criado um clima de desarmonia que não experimenta desde a chegada de Michael Schumacher ao time em 1996 (quando o time enfrentava o jejum de títulos desde 1979). E, se o piloto não corresponder com bons resultados, a troca de Felipe Massa terá se evidenciado como um ato equivocado dos dirigentes italianos. Só há um problema para o brasileiro: como as boas vagas na F1 para 2013 já estão praticamente definidas, a Ferrari não tem pressa nenhuma para anunciar qualquer decisão.
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