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Rafinha armou uma bomba dentro do Coritiba. A decisão do jogador – com a anuência da diretoria – de não enfrentar o São Paulo, quinta-feira, alegando "não se sentir confortável" por estar voltando de contusão, povoa o imaginário de perguntas. A mais óbvia delas tem relação direta com a final do Paranaense.

Na ocasião, em maio, o clube apressou a recuperação para que o armador pudesse participar da finalíssima contra o Atlético. Jogou pouco, agravou a lesão no tornozelo e, desde então, nunca mais entrou em campo. Levando em consideração que o duelo do Morumbi, pela semifinal da Copa do Brasil, é tão ou mais importante do que sacramentar o tri estadual, e que, desta vez, o departamento médico alviverde avisou que o jogador está clinicamente curado, não seria o caso de repetir – com menos risco – a estratégia?

Há, porém, mais asteriscos por trás da falta de confiança de Rafinha. Nos bastidores, fala-se que uma tentadora proposta do futebol chinês – o destino seria o desconhecido Guangzho, time que levou Davi no começo do ano – teria mexido com a cabeça do meia-atacante. Algo, diga-se, para lá de justificável.

E aí surgem novas interrogações. A proposta de fato existe? Se existe, porque a cúpula coxa não a torna pública, evitando usar a surrada desculpa para a falta do atleta de que é melhor tê-lo 100% do que correr o risco de perdê-lo para o restante da temporada. Ou, ainda, de que a segunda partida contra o São Paulo, no dia 20, é tão importante quanto o confronto de quinta. Tática perigosa, já que um revés significativo na capital paulista pode tornar ainda mais difícil a missão alviverde de fazer a segunda final consecutiva de Copa do Brasil – e ficar a um passo da Libertadores.

Por fim, a operação coloca em xeque também o tão propalado planejamento – elogiado recentemente neste espaço – do departamento de futebol do Coritiba e a relação com a L.A. Sports, representante de Rafinha e principal parceira comercial do clube. Se a negociação existe, o clube não deveria se resguardar, como sempre fez questão de afirmar, e negociar o jogador somente depois de acabar a participação no torneio mata-mata? Ou, ainda, de a empresa orientar o boleiro de que é melhor sair pela porta da frente do Couto Pereira, evitando assim criar um desgaste desnecessário com clube e torcida, motivo, entre outros, que ajudou a abreviar a relação da L.A. com o Paraná?

Mas, se o eldorado chinês não passa de especulação, então não faz nenhum sentido deixar o camisa 7 curar sua falta de confiança no CT da Graciosa enquanto os companheiros suam no Morumbi. Com a palavra, Rafinha, a diretoria do Coritiba e a L.A. Sports.

Professor, Ricardo

Não sei qual será o futuro de Ricardinho no Paraná. Mas a primeira impressão é de que o futebol brasileiro ganha uma opção bem interessante em um mercado repleto de figurões e muitos vícios.

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