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Quando a trupe da Fifa desembarcou no Brasil para avaliação das arenas para a Copa brasileira, lembrou muito aquelas madames que passam o dedo sobre os móveis para ver se está limpo, sob o olhar apreensivo da empregada.

Dos 12 estádios, nove são públicos e três privados. Não por acaso estes três estão mais enroscados do que os demais para ratificar sua participação na Copa.

O Morumbi, maior estádio particular brasileiro, contou com a indicação e apoio do governo de São Paulo. Apoio, não grana. Os morubixabas do S.P.F.C., sem dinheiro no bolso, planejaram uma reforminha fajuta para receber nada menos do que a abertura da Copa. Dona Fifa torceu o nariz.

Os manda-chuvas do estado de São Paulo já disseram que não haverá dinheiro público no Morumbi. O fato é que o "embromation" tricolor já vem irritando a senhora Fifa, que ameaça excluir o Morumbi da festa.

No Beira-Rio as coisas parecem mais tranquilas. O Inter tem al­­gum dinheiro, 200 mil sócios e só precisaria, segundo madame Fifa, algumas pequenas reformas; um batom aqui, outro ali. O Colorado pretende ainda cobrir o estádio. Para isso, quer anistia de impostos. Seria "bão" demais para os colorados, tchê! Porém os gremistas estão de olho na tal isenção de tributos. Mesmo assim, o Inter garante que resolve a parada de qualquer maneira.

A Arena é o estádio que menos gastaria: R$ 138 milhões, cifra que todos já decoraram. Teo­­ri­­camente seria o mais viável dentre os três estádios particulares. Mas... O Atlético não tem 138 milhões. Juntando tudo – inclusive as moedas que caem pelos vãos do sofá – banca com 30%, como já anunciaram. Nada menos do que 41,4 milhões. E o resto?

O ex-vice-governador e agora comandante-em-chefe do estado, Orlando Pessuti, prometeu reunir uma turminha de entendidos para ver se há como, legalmente, o estado socorrer o Atlético. Até agora, silêncio, silêncio, como dizem os torcedores.

Sabemos que erário em obra privada, só gatunando, como fizeram "ad nauseum" os dirigentes da Assembleia Legislativa do Paraná. E o que fazer, então? Consultei "tio Wal", entendido em assuntos jurídicos; e meu "personal-lawyer":

"Só vendendo 51% da Baixada ao BNDES. Sendo o imóvel um bem público, poderia receber verbas públicas. Mas o melhor mesmo seria o Atlético vender quotas da Baixada para investidores privados. Transformaria, assim, e de fato, a Arena em espaço multiuso, com datas para o Atlético e para seus sócios-investidores.

Outra saída seria transformar o clube numa S/A, com seus atuais sócios se tornando acionistas, que emitiriam novas ações (tipo IPO, como faz muito o empresário Eike Fuhrken Batista).

Opções existem, e dentro da lei. O que não é opção é usar o meu, o seu, o nosso dinheirinho".

E aí, tio Wal está certo?

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