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Aos 31 anos, Falcão tem agora o maior desafio de sua carreira. Nem mesmo quando trocou as quadras pelos gramados, aventurando-se no futebol, ele tinha tamanha responsabilidade. Em jogo, no Mundial de Futsal que começa nesta terça-feira, no Brasil, estará a sua consagração definitiva.

Eleito pela Fifa e aclamado pelo público como o melhor jogador de futsal do mundo, Falcão já ganhou diversos prêmios individuais e fez sucesso nos clubes por onde passou. Mas falta o mais importante: ser campeão mundial com a seleção brasileira. Ele participou das duas últimas edições do campeonato, em 2000 e 2004, justamente quando o Brasil perdeu sua hegemonia.

Dono de dribles fantásticos e de um estilo de jogo vistoso, Falcão é o principal nome da seleção brasileira. E sabe que a imagem que deixará para a história depende do que acontecer neste Mundial. Mas está confiante no sucesso do Brasil nesta competição disputada em casa, como revela nesta entrevista.

Agência Estado - Você já falou que era preciso assumir a responsabilidade neste Mundial. Você acredita que, por ser o melhor do mundo, tem mais responsabilidade que os demais companheiros de time?

Falcão - Nunca falei que ia assumir a responsabilidade sozinho. A responsabilidade é de todos e é maior por termos perdido os últimos dois mundiais. Tanto os méritos quanto as derrotas têm que ser divididos entre todos. Em comparação com os outros mundiais, tudo melhorou. A preparação, a estrutura e a união do grupo são outras. Hoje todos brigamos pelos mesmos objetivos todos os dias. As derrotas fizeram com que a gente aprendesse. Todo campeonato você ganha dentro e fora de quadra. Hoje a gente tem toda a estrutura necessária. E isto faz diferença.

AE - Um dos motivos da derrota de 2004 é atribuído a diferenças no grupo. Havia uma competição entre você e o Manoel Tobias?

Falcão - Não teve nenhuma competição. A gente só não concordava em algumas coisas. Mas isso já passou, faz quatro anos. A gente está aqui para vencer este Mundial e apagar os dois últimos que nós perdemos. A gente não quer deixar escapar. Ainda mais no nosso País. Uma vitória aqui vai ser o divisor de águas para o esporte. Esse Mundial vai ajudar com que o futsal seja forte no Brasil inteiro.

AE - Quem são os principais adversários deste Mundial?

Falcão - A evolução é muito grande e cada Mundial que passa há mais candidatos ao título. Coloco a Espanha, atual campeã, a Itália, atual vice-campeã, a Argentina, que ficou em quarto, e a Rússia, que vem muito forte. Portugal também. Vejo aí seis países em condições iguais. Correndo por fora vem o Irã, com uma seleção muito boa. O próprio Egito vai dar trabalho para todo mundo.

AE - A Espanha está engasgada na garganta brasileira?

Falcão - A gente não está focando em um adversário ou noutro. A gente está focando no título. Não adianta ficar jogando esperando chegar a Espanha. Isto atrapalha muito. O foco é sempre o próximo adversário. Isto vai fazer diferença para a gente ganhar.

AE - Você já foi eleito o melhor jogador do mundo, mas esteve no grupo que perdeu os últimos dois mundiais. Ser campeão do mundo, hoje, é mais importante do que ser o melhor do mundo?

Falcão - Sem dúvida. Carrego esse peso e a responsabilidade minha aumenta um pouco por causa disso. Quero sair daqui com o título. Seria legal ser considerado de novo o melhor do mundo. O respeito pelo meu trabalho é importante. Mas o foco é o título

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