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Metrô e Copa Verde em 2014 também podem ser mencionados no seminário

Em todos os e-mails enviados às 12 cidades-sedes, Carlos de La Corte se preocupou em reiterar uma preocupação da Fifa: a acessibilidade universal e a "Copa Verde", com preocupação ambiental. No caso de Curitiba, melhorar os acessos à cidade passa também pelo metrô, previamente orçado em R$ 2 bilhões. Todavia, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, declarou à Rádio Band News que os recursos só serão garantidos se ficar provado que a obra ficará pronta até a Copa.

Já a preocupação da Fifa quanto aos impactos ambientais foram traduzidos pelo comitê organizador com o tema "Copa Verde", o que significa a adequação dos projetos das arenas à certificação Leed (Leadership in Energy and Enviromental Design), do Green Building Council. A medida não é obrigatória, porém pode agradar a Fifa e o governo federal.

O projeto de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014 passará por mais uma prova de fogo entre os dias 19, 20 e 21 de agosto, no Rio de Janeiro, onde irá acontecer mais um seminário da Fifa com as 12 cidades-sedes do Mundial no Brasil. A convocação foi repassada na semana passada pelo arquiteto Carlos de La Corte, consultor técnico do comitê de organização da Copa. Os ajustes nos projetos dos estádios serão o principal foco do encontro.

Uma comitiva da Fifa, vinda diretamente de Zurique, é aguardada para também tomar parte na reunião. Na capital paranaense, o clima é tido como o de tranquilidade, diante das últimas avaliações e respostas recebidas quanto ao projeto curitibano para a Copa de 2014. Outro motivo para a "calmaria" é a não-obrigatoriedade de, neste seminário, apresentar os documentos com todas as fontes de recursos, parceiros e demais itens relacionados à construção/conclusão dos estádios.

"Até o dia 31 de agosto teremos de entregar todo o projeto para a Fifa. Estas garantias financeiras, incluindo os documentos assinados e toda a viabilidade econômica, só temos que enviar em dezembro. Até lá, estamos trabalhando e temos visto evoluções. Este tipo de discussão não podemos fazer através da imprensa, mas os contatos eu lhe digo que estão avançados. Nosso projeto de Curitiba está 80% pronto, vamos ao Rio para ouvir as observações da Fifa e discuti-las. Será um encontro 100% técnico", explicou o secretário da prefeitura e gestor da entidade máxima do futebol, Luiz de Carvalho, à Gazeta do Povo.

Além de Carvalho, o arquiteto Carlos Arcos, responsável pela concepção da Arena da Baixada, estará presente ao seminário. Questões técnicas relacionadas à segurança e detalhes considerados mais simples, como o gramado, assentos, catracas e outros, não ficarão de fora. As áreas de hospitalidade, comunicação visual, exibições de marcas, iluminações e outras que estejam inseridas no lado comercial da Copa de 2014 fecham a lista de temas a serem debatidos. Tudo passará pelo crivo do comitê organizador e posteriormente pela Fifa.

"No seminário todos os detalhes serão observados, para serem modificados ou não. O que já sabemos de antemão é que no caso da Arena as mudanças terão de ser mínimas, eles ficaram, de maneira geral, bastante satisfeito com o estádio que indicamos", adicionou Carvalho.

Fifa estaria ajudando na busca por investidor para a Arena

A dúvida em torno de quem vai bancar qual porcentagem dos R$ 138 milhões que envolvem a conclusão da Arena da Baixada ainda não tem uma definição. O Atlético assegura que não arcará com mais de R$ 30 milhões, valor considerado ideal para concluir o projeto de 1999, sem todas as determinações do caderno de encargos da Fifa. Assim, o clube que o apoio do pode público e privado para obter fontes de recursos que auxiliem o objetivo final da candidatura curitibana para a Copa de 2014.

Ciente de que no Brasil não existem muitos parceiros para um projeto desta magnitude, Luiz de Carvalho afirma que a própria Fifa está auxiliando na procura por parceiros, sobretudo no exterior. O caminho é semelhante ao que o Coritiba vem fazendo, tentando apresentar um projeto para o novo Couto Pereira, capitaneado por recursos externos. Contudo, nome destes possíveis investidores ou uma data para o anúncio de todas as fontes financeiras são mantidos em sigilo.

"A Fifa nos ajuda com essa necessidade de ter um projeto viável e sustentável. Reitero que não haverá dinheiro público, seria irresponsável da minha parte falar algo contrário. Temos que obedecer a legislação vigente, e ela sequer permite dinheiro público para construção de estádios. Também não vejo brechas, o que nos leva a esta procura por investidores. Garanto que não corremos risco (de ficar fora do Mundial), o projeto da Arena é o melhor projeto", explicou, desmentindo planos alternativos, caso o impasse sobre a conclusão da Arena permaneça.

O amplamente anunciado (embora extra-oficialmente) "PAC da Copa", segundo Carvalho, deve sair do papel, porém os dirigentes de Curitiba ainda desconhecem prazos e outros detalhes dos recursos. O portal G1 publicou recentemente que o projeto curitibano já teria R$ 4,9 bilhões garantidos junto ao governo federal, porém este valor só será confirmado em reuniões posteriores, ainda neste ano, em Brasília.

"Já tivemos um encontro com o governo federal e foi muito bom. Outros irão acontecer, as discussões estão em andamento e estamos evoluindo. Evidentemente que a complexidade é grande e temos de conversar para chegar a um consenso sobre vários temas. Só garanto que o que vimos no Pan de 2007 não irá se repetir", finalizou, lembrando a falta de comprometimento entre as esferas governamentais para conclusão do projeto no Rio de Janeiro, o que gerou um superfaturamento confirmado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

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