Andres Iniesta é o motor da Espanha. Mas esqueça aquela analogia com um simples carregador de piano. Ele não apenas carrega como sabe tocá-lo com maestria. Geralmente é sutil, leve, mas pode ser também agressivo, furioso e até assumir o papel de comandante da orquestra. Neste domingo, depois de 116 minutos de chances desperdiçadas por todos os lados, Iniesta fez seu solo mais bonito. Dentro da área, com a bola no ar, mandou a Espanha para o seleto grupo de campeões mundiais. Com força e talento, com jeito e com raiva.
Lá do meio-campo, onde comanda o jogo, Iniesta havia visto seu time perder chances de ouro. Numa delas, criada por ele mesmo, já na prorrogação, Fabregas mandou em cima do goleiro. Logo depois, Fabregas se desculpou com Iniesta, deixou-o na cara do gol, mas ele simplesmente não chutou. A bola parecia queimar nos pés de qualquer um que entrasse em uma das áreas. Era decisão de Copa, afinal.
Até que Fabregas deu outro presente a Iniesta. Lançamento de Torres, corte de Van der Vaart e Fabregas o encontrou livre do lado direito da área. De pé direito, o baixinho dominou, esperou o quique e soltou a bomba, tão forte que não parou nem no desvio do goleiro holandês. Um lance desde já eterno.
A partir deste domingo, sempre que se falar da história do futebol espanhol, Iniesta será obrigatoriamente um personagem central. Com seu pequeno pé direito, fez da Espanha uma gigante do futebol, campeã mundial pela primeira vez.
"Eu ainda não estou acreditando. É algo incrível. Acho que no fim das contas a Espanha merecia esta conquista, é algo pelo qual seremos lembrados. Somos os jogadores da equipe que conquistou o primeiro título mundial para a Espanha".
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