Andrea Pirlo pode dar à claudicante Itália a criatividade que faltou à equipe até o momento na Copa do Mundo, mas seu retorno não deve ser apressado pelo bem da nação, disse o ex-zagueiro da seleção Giuseppe Bergomi.
Os atuais campeões do mundo empataram em 1 x 1 com Paraguai e Nova Zelândia no que parecia um Grupo F fácil e precisam vencer a Eslováquia na quinta-feira para garantir um lugar nas oitavas-de-final.
Pirlo, 31 anos e campeão com a Itália, ficou fora dos dois jogos com uma contusão na panturrilha e volta à forma aos poucos. O técnico Marcello Lippi é cauteloso sobre suas chances de jogar a partida final da fase de grupos.
"Pirlo é o grande talento criativo que tem feito falta à Itália", disse Bergomi, que atuou pela Itália 81 vezes entre 1982 e 1998, à Reuters.
"Ele tem muita experiência, é um vencedor. Nunca se deixa dominar pela emoção, é sempre muito calmo. É um verdadeiro líder no time e quando não esteve lá, fez muita falta".
Sentado pensativo no campo de treino italiano em Pretória, Bergomi, campeão do mundo em 1982, observava Pirlo chutar com habilidade.
"Se ele puder jogar, vai ajudar de verdade, mas não deve ser apressado, porque uma contusão na panturrilha é um problema que exige cuidados", acrescentou o ex-jogador de 46 anos.
Famoso por seu sotaque inconfundível e por ter jogado somente na Inter de Milão, Bergomi sabe bem qual é o problema da Itália.
"Quando você leva gols logo no começo, é sempre difícil reagir", disse Bergomi."Quando você joga contra esses times que defendem com grande força física, a Itália no momento carece de brilho, especialmente na frente, alguém que deixa o último zagueiro para trás para dar aquele passe matador para os atacantes marcarem".
Pirlo pode dar esse passe perfeito, mas não tem muito ritmo ou malícia, ao contrário de Antonio Cassano.
O jogador da Sampdoria foi um dos atacantes preteridos por Lippi, o que levou os torcedores a questionar o técnico campeão do mundo, que entregou o cargo a Cesare Prandelli antes de voltar ao comando da equipe.
"O técnico está certo ao dizer que não deixou nenhum fenômeno em casa, porque no momento ainda pode se classificar com um empate. Ainda existe uma grande chance. A Itália é mais forte que a Eslováquia, temos a qualidade e a motivação para vencer", disse Bergomi.
"Quando os resultados são ruins, todos se acham certos. Devemos respeitar as escolhas do técnico até o fim", completou.
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