Treino da seleção no mesmo horário em que foi o jogo. Ideia foi boa, mas a temperatura mais alta que o esperado: 140C| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – enviado especial

A seleção brasileira chegará para a estreia na Copa do Mundo, amanhã, diante da Coreia do Norte, com um ponto de interrogação: Kaká está pronto para ser o craque do time na disputa pelo hexa?

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O rendimento do jogador nos treinos e amistosos diante de Zimbábue e Tanzânia não transmitem nenhuma confiança de que será "o cara" da equipe no Mundial. A falta de ritmo e a forma física precária ainda são evidentes.

Após uma temporada ruim no Real Madrid – onde ficou fora de 15 das 48 partidas dos Blancos no ano –, o camisa 10 foi o primeiro a se apresentar no CT do Caju. Chegou em 20 de maio, um dia antes dos demais, por já estar fazendo tratamento com o fisioterapeuta do São Paulo e da seleção Luiz Alberto Rosan.

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Apesar do tempo extra, o próprio técnico Dunga já disse que "quem não joga com frequência há quatro ou cinco meses não pode voltar de uma vez só". No país da Copa, a carga de trabalho para o jogador foi intensa, às vezes com trabalhos em três turnos.

Aos poucos, o craque passou a participar de todas as atividades, mas nem assim convenceu. Mesmo tendo marcado um gol nos 5 a 1 sobre os tanzanianos, há uma semana, o principal nome brasileiro na África do Sul está longe do ideal.

Fora de campo o comportamento também não é o que se espera da principal estrela da companhia. Diferentemente dos astros das últimas Copas, Kaká quase não fala. Foi em apenas uma entrevista coletiva desde a reunião do grupo e passou rapidamente por uma zona mista na Tanzânia.

O distanciamento da mídia, e consequentemente do público, gera ainda mais dúvidas sobre a situação do meia. Nem ele nem a comissão técnica dão informações precisas. Somente na prática, durante o primeiro jogo da competição, a dúvida será desfeita.

Apenas no Twitter o ídolo tem se manifestado. Porém nada a respeito da Copa. Na sexta-feira, além das tradicionais mensagens religiosas, duas declarações de amor para a esposa, Caroline Celico. No mesmo dia, o armador estava visivelmente nervoso no treino (o último que teve a presença da imprensa em Johannesburgo). Errando muito, o atleta tinha reações com reclamações constantes dos companheiros.

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"Eu confio muito no meu camisa 10. Sei que ele está bem e pode ir muito bem nesta Copa", crava o lateral-direito Maicon, repetindo o discurso padrão de todos os jogadores da seleção sobre a sua principal referência.

Mesmo assim, o receio é que o queridinho da torcida não consiga corresponder às expectativas. Para render tudo que sabe no esquema de Dunga, Kaká precisa estar bem. A resposta a partir de amanhã, no Ellis Park.