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Uma das melhores possibilidades do Brasil no duelo com os lusitanos foi protagonizado pelo atacante paranaense Nilmar. O jogador, natural de Bandeirantes, obrigou o goleiro Eduardo a se esticar para jogar a bola contra a própria trave | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
Uma das melhores possibilidades do Brasil no duelo com os lusitanos foi protagonizado pelo atacante paranaense Nilmar. O jogador, natural de Bandeirantes, obrigou o goleiro Eduardo a se esticar para jogar a bola contra a própria trave| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial

Paranaense é escalado de surpresa

O nome de Nilmar na escalação do Brasil 45 minutos antes do jogo, como manda a Fifa, causou espanto no Estádio Moses Mabhida antes de Brasil x Portugal. O paranaense foi escolhido para substituir Robinho, poupado por causa de dores musculares.

O camisa 21 brasileiro por pouco não se tornou herói do jogo. Especialmente no primeiro tempo, teve uma boa participação. Aos 29 minutos, escorou um cruzamento de Luís Fabiano, mas o goleiro Eduardo e a trave evitaram o gol.

"Aquela bola achei que tinha entrado. O goleiro foi muito feliz. Mas eu sei que outras oportunidades irão aparecer", comenta ele, natural de Bandeirantes, Norte pioneiro do estado.

Nilmar ficou sabendo que seria titular apenas ontem pela manhã. No entanto, não há risco de ele voltar a ter essa notícia antes do jogo de segunda-feira, pelas oitavas de final. "Tem de estar 100%, pois numa Copa a gente nunca sabe quando o treinador vai precisar da gente", avisa.

  • O goleiro Júlio César mostra a proteção que usa para as costas
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O desfecho da primeira fase da Copa jogou no colo de Dunga o seu maior freguês. Será o Chile o adversário do Brasil na segunda-feira, às 15h30 (de Brasília), no Ellis Park, em Johannesburgo. Partida das oitavas de final em que quem perder volta para casa.

Cruzamento capaz de tirar um sorriso até do sisudo treinador. Entre as três opções que se apresentavam no caminho brasileiro, os vizinhos sul-americanos são, sem dúvida, os que mais agradam. En­­­quanto a Suíça se caracteriza pela forte marcação, à semelhança da Coreia do Norte, e a Espanha figura entre as favoritas do Mun­­dial, o Chile gosta de atacar. Estilo que casa bem com o sistema implantado por Dunga, baseado no contra-ataque em velocidade.

Ontem, contra a Espanha, os andinos começaram melhor, pressionando o rival. Mas viram a es­­tratégia ruir devido à falta de pontaria e aos espaços cedidos para a impetuosa troca de passes dos europeus.

Os melhores momentos do time nacional nos últimos anos foram justamente contra países avessos à retranca. Desta maneira o Brasil enfileirou Argentina, In­­glaterra, Itália... E transformou a equipe de Marcelo Bielsa em saco de pancadas.

Ninguém apanhou tanto da equipe de Dunga, nos últimos três anos e meio, quanto o Chile. Foram cinco confrontos. Cin­­co vitórias brasileiras por placares elásticos. A artilharia verde e amarela balançou as redes 20 vezes. A defesa levou três gols. Destaque ao 6 a 1 na Copa América de 2007. E para o importantíssimo 3 a 0 de 2008, em Santiago, pelas Eliminatórias, resultado que encerrou o jejum de três partidas sem vitória, amenizando as críticas e a pressão para que a CBF trocasse de treinador.

"Para ser campeão não podemos escolher adversário. Agora é uma fase gostosa que todos querem jogar. Faltam só quatro partidas, uma etapa já acabou. O time que quer o título tem de jogar contra equipes fortes", afirmou o go­­leiro Júlio César.

Dunga foi ainda mais evasivo. Mesmo assim caiu, após o empate com Portugal por 0 a 0, ontem, na provocação de um jornalista ar­­gentino, ansioso pelo principal clássico sul-americano na final da Copa. "Acho que nós pensamos no adversário que temos pela frente. Se o Brasil tem de se preocupar com a Argentina? Você deve ter visto o resultado do Brasil contra a Argentina nas Eli­­minatórias", ressaltou, lembrando dos 3 a 1 em Rosário, triunfo que consolidou a personalidade da atual seleção brasileira, a de fã dos contra-ataques.

Se o resultado no classificatório contar, é meio caminho andado para mais uma classificação.

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Rápidas

Proteção

O goleiro Júlio César está disputando a Copa com uma proteção na região lombar. No empate com Portugal, ontem, o jogador foi atingido nas costas em um lance que salvou gol certo do luso Raul Meireles. A camisa do brasileiro foi rasgada e enquanto estava sendo atendido revelou-se a proteção que parece uma prótese mantida por duas hastes de alumínio.

Irritação

O camisa 1 não gostou de ser questionado sobre o assunto após a partida. "Vamos acabar com isso. Eu não tenho dor nenhuma. É só uma proteção para evitar o pior. Eu estou zerado", disse, sobre o problema que começou no amistoso contra Zimbábue no dia 2 deste mês. Na zona mista, o médico José Luiz Runco reconheceu que o arqueiro faz trabalho fisioterápico para o problema nas costas.

Substituto

Apesar de Júlio Baptista dizer a todo momento que está preparado para substituir Kaká, frente aos portugueses isso não se confirmou. O meia, levado ao Mundial apesar de ser reserva da Roma, da Itália, teve um bom índice de acerto (80%) nos 51 passes que tentou. Mesmo assim, na minoria que errou armou contra-ataques e impediu a evolução da equipe. Foi um dos piores em campo.

Dúvidas

Para o confronto brasileiro das oitavas de final, na segunda-feira, o volante Felipe Melo e o meia Júlio Baptista podem não estar à disposição. Melo deixou o jogo de ontem ainda no primeiro tempo com uma torção no tornozelo esquerdo. Já Baptista saiu na segunda etapa com dores no joelho direito após uma dividida com o luso Ricardo Carvalho. O médico da seleção brasileira, José Luiz Runco, chegou a cogitar ontem que no caso do camisa 5 existe a possibilidade dele nem jogar mais neste Mundial. Hoje, a CBF promete mais detalhes do caso.

De um lado para o outro

O técnico português Carlos Queiroz mandou perguntar a Dunga e aos jogadores brasileiros o motivo de o jogo ter sido com tantas faltas e jogadas duras no primeiro tempo. O treinador brasileiro replicou. "Eu devolvo a pergunta a ele. É só ver quem teve mais amarelos", disse. Os cana­­rinhos receberam três amarelos e os lusos quatro.

Detenção

Na quarta-feira, uma equipe da TV Brasil tentou filmar parte do treino português que era fechado, perto da Universidade de Bekker, nos arredores de Johannesburgo. Os jornalistas ficaram detidos por duas horas pela polícia, acusados de espio­­nagem. "Se fizeram isso (espionagem), bem feito", ponderou o técnico lusitano Carlos Queiroz.

Ilegal?

O colete lombar utilizado pelo goleiro Júlio César no jogo de ontem (ver imagem nesta página) continha placas de metal, o que não é permitido pela Fifa. O próprio goleiro, num ato falho, confir­­mou que atuou com uma proteção inade­­quada. "Tem um negócio de ferro ali, mas não vai escrever isso por causa da Fifa, senão você vai me ferrar", disse ele a um repórter, já no final da área de entrevista do estádio Moses Mabhida minutos após o jogo.

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