Iluminação comemorativa com as cores verde e amarela marcou os 1000 dias que faltam para a Copa do Mundo de 2014| Foto: Hedeson Alves/Agência de Notícias Gazeta do Povo

A Copa em Curitiba

Custo inicial - R$ 703.400.000,00

Custos atualizados - R$ 710.300.000,00 (2,9% do total do país)

Acréscimo - R$ 6.900.000,00

Impacto econômico na cidade - R$ 1,8 bilhão (4% do total do país)

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Curitiba teve muita dificuldade para se consolidar como cidade-sede para a Copa do Mundo de 2014. Primeiro, sofreu com a falta de sintonia política, correndo sério risco de ficar de fora da competição; depois, o interminável impasse envolvendo a conclusão da Arena da Baixada assombrou a candidatura da capital paranaense.

Se o desencontro político já foi resolvido, as dúvidas em relação ao estádio do Atlético permanecem. Não se sabe ao certo, principalmente devido ao silêncio do clube, como serão levantados os recursos para bancar a obra.

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O que se imagina, de acordo com as ralas informações tornadas públicas, é que o governo estadual irá pegar empréstimo com o BNDES e o repassará ao Rubro-Negro. Este daria como garantia de pagamento desse financiamento os papéis do potencial construtivo – títulos imobiliários – cedido pela prefeitura. Assim, em caso de calote do Furacão, o governo municipal é que estaria quitando a dívida atleticana com o governo estadual.

Sem conseguir emplacar o projeto do metrô, que exigiria cerca de R$ 2,2 bilhões para ser executado, Curitiba garantiu na Matriz de Responsabilidade nove projetos de mobilidade urbana – medidas para melhorar o trânsito e a locomoção na cidade –, além de modificações pontuais no Aeroporto Afonso Pena. Todas as benfeitorias tiveram prazos alterados, caso contrário, já estariam bem atrasadas.

Segundo divulgou o governo federal quando do evento dos mil dias para a Copa, a promessa das autoridades paranaenses é de que as obras sejam finalizadas até o fim de 2012. A prefeitura alega, inclusive, que está realizando outras melhorias não incluídas na matriz de responsabilidade.

A primeira estimativa de gastos do município com a Copa do Mundo era de R$ 703,4 milhões, mas esse valor já subiu para, oficialmente, R$ 710,3 milhões. Valores que devem crescer à medida em que a Arena da Baixada tiver números finais de custo.

Durante a campanha de candidatura para abrigar o Mundial, o Ministério do Esporte elaborou um estudo sobre os impactos econômicos para o país. Por esse documento, o impacto direto em investimento na capital paranaense seria de aproximadamente R$ 1,8 bilhão – 4% do total esperado para todo o Brasil.

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O estudo não previa, porém, que a cidade tivesse papel secundário na Copa do Mundo. Apenas quatro jogos da primeira fase serão disputados na capital paranaense.

Na Copa das Confederações, um ano antes, Curitiba não terá vez - foi excluída por não poder comprovar a capacidade de finalizar o estádio em tempo.

Ser coadjuvante na Copa do Mundo deixará marcas na economia da cidade, além de frustrar torcedores e políticos.

Não há dados oficiais de quanto a cidade deixa de lucrar por ter sido deixada de lado na divisão dos jogos, mas segundo o secretário municipal para Assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, a cidade deve receber menos do que o R$ 1,8 bilhão inicialmente estimado.