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Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, durante coletiva com a comitiva da Fifa: “Vamos resolver o problema [financeiro] de forma isolada” | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, durante coletiva com a comitiva da Fifa: “Vamos resolver o problema [financeiro] de forma isolada”| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Entenda

Saiba o que a Fifa, Atlético, governo do estado e prefeitura de Curitiba decidiram em relação à Baixada:

1 O estádio ficará pronto a tempo para a Copa?

Sim! Mas para isso acontecer, foi necessário retirar o teto retrátil do projeto. A exclusão da cobertura total foi um pedido da Fifa, que não tinha garantias do cumprimento do cronograma com a ‘tampa’ incluída nas obras.

2 Quem vai pagar a diferença do orçamento total da reforma, reajustado para R$ 265 milhões?

O orçamento original era de R$ 184,5 milhões.

O Atlético paga, além dos R$ 61,5 milhões já acordados, um excedente de R$ 35 milhões. O restante, R$ 168,5 milhões (63,6%), é dividido em partes iguais entre prefeitura e governo do estado, usando a valorização do potencial construtivo como garantia.

3 A valorização do potencial construtivo é legal?

O texto da lei (13.620/2010) é ambíguo. Estipula teto em valor (R$ 123,6 milhões), mas também permite o reajuste com base no CUB (Custo Unitário Básico). A prefeitura e o governo garantem a legalidade da operação.

  • Ronaldo, ministro Aldo Rebelo, o secretário da Fifa Jérôme Valcke (centro) e Bebeto: sem teto

O Atlético saiu da visita de Jérôme Valcke a Curitiba sem teto retrátil e com uma conta de R$ 96,5 milhões para pagar pela conclusão da Arena da Baixada. São R$ 61,5 milhões já assumidos com base no orçamento antigo e um excedente de R$ 35 milhões. Diferença que o clube pretende cobrir com receitas geradas pelo próprio estádio.

Confira detalhes sobre o andamento das obras e o calendário de jogos da Arena

"O Atlético buscará resol­­ver o problema de forma isolada. Estamos trabalhando para isso. Temos o nome do complexo à disposição e vamos ao mercado vendê-lo. Salvador, Recife e São Paulo já venderam. São valores infinitamente maiores do que os R$ 35 milhões que precisamos", afirmou o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia.

Viabilizar acordo de naming rights é uma das obrigações contratuais da AEG, parceira do clube na gestão do estádio. A coluna de domingo do jornalista Celso Nasci­­mento, da Gazeta do Povo, apontou a montadora Renault como uma empresa que está negociando com o Atlético. A reportagem apurou que há uma transação em andamento também com a cervejaria Ambev. Uma negociação não exclui a outra. É possível, por exemplo, que uma batize o Caldeirão e outra patrocine o time.

No estudo de viabilidade econômica do estádio apresentado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Eco­­nô­­mico e Social (BNDES) para o empréstimo de R$ 131,5 milhões, via Fomento Paraná, o Atlético previu arrecadar R$ 90 milhões em naming rights por um contrato de 20 anos. Autor da projeção, o consultor Amir Somoggi vê a possibilidade de o clube embolsar pelo menos R$ 100 milhões com o batismo do estádio ao longo dos mesmos 20 anos.

"É uma previsão conservadora. Curitiba tem uma carência de lugares para show, o que pesa na negociação. Se o Atlético conseguir de quatro a cinco eventos por ano, também será muito positivo", afirmou Somoggi.

Até o momento, três estádios conseguiram acordos de naming rights. A Cervejaria Petrópolis fechou dois contratos de R$ 100 milhões pa­­ra que a Fonte Nova e a Are­­na Pernambuco recebam o nome da Itaipava pelos próximos dez anos. Por R$ 300 milhões, a segurado­­ra Allianz dará nome ao novo estádio do Palmeiras. Contratos que servem de indicativo, mas não permitem uma projeção fechada do valor que o Atlético pode atingir.

"A Itaipava fez uma negociação particular com os governos locais. A Allianz fe­­chou um valor bastante elevado com o Palmeiras. O mercado de naming rights ainda não tem uma cara. É preciso aguardar", diz Somoggi.

Além de destinar parte da receita de naming rights para o estádio, o Atlético busca um empréstimo para quitar os R$ 61,5 milhões assumidos anteriormente, pelo acordo tripartite. Petraglia revelou que o clube irá buscar o montante no BNDES.

Conta aberta

A prefeitura de Curitiba ainda não considera fechados os critérios de valorização do Custo Unitário Básico (CUB) da construção, parâmetro para definir quanto de potencial construtivo será revertido para a conclusão da Arena. Mario Celso Petraglia afirmou que essa valorização permitiria cobrir até R$ 230 milhões do novo orçamento do estádio. A dúvida do poder público municipal é de como se dá essa valorização.

O secretário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro, explicou à Gazeta do Povo que o reajuste entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012 é baseado no teto de R$ 90 milhões, estipulado pelo primeiro texto da Lei 13.620/2010. Somente a partir desse ano o reajuste incidiria no teto atual, de R$ 123 milhões. Há dúvidas se dessa maneira será possível atingir os R$ 230 milhões mencionados por Petraglia.

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