A construção do estádio do Corinthians, batizado extraoficialmente de Itaquerão, voltou a ser motivo de polêmica nesta quarta-feira (15/06) por causa dos dutos da Petrobras que atravessam o subsolo do terreno. De acordo com a Petrobras Transporte S/A (Transpetro), o trabalho no local é irregular, já que coloca os operários em perigo.
O primeiro golpe sofrido pela futura casa do Timão foi dado pelo Ministério Público Federal, que orientou no início do dia a Transpetro a não retirar as tubulações sem que o clube e a empresa responsável pelo novo estádio (Odebrechet) assinem um contrato garantindo o pagamento da mudança dos dutos.
O MPF também indicou à subsidiária da Petrobras que forneça um orçamento das despesas ocasionadas pela realocação dos canos. Inicialmente, a estimativa era de um investimento em torno de R$ 30 milhões que seria bancado pelo Alvinegro. Nada, porém, foi colocado no papel. O temor dos procuradores é ver a empresa de economia mista ter de arcar com a empreitada.
"Se a Transpetro assumir esses custos, caracteriza-se favorecimento ilícito a um empreendimento privado, com recursos públicos", explicou, via assessoria de imprensa, o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira.
A resposta da Transpetro foi criticar o início das obras de terraplanagem iniciadas em 30 de maio. De acordo com ela, a escavação e a movimentação da terra no local ameaçam expor os dutos ou enterrá-los a uma profundidade que prejudique eventuais ações de segurança.
"É temerário que se inicie a obra de construção do estádio sem a remoção dos dutos, o que pode colocar em risco a segurança de quem trabalha na obra e do próprio empreendimento", opinou o procurador José Roberto Pimenta Oliveira, autor da recomendação e membro do Grupo de Trabalho Copa do Mundo 2014, da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MP, ao Portal 2014.
A nova encrenca pode colocar São Paulo à perigo, pois a arena corintiana já está bastante atrasada. Pelo atual cenário, o Itaquerão só seria inaugurado em março de 2014 o calendário prevê 33 meses de trabalho. Novas interrupções inviabilizariam a construção a tempo do Mundial.
Em termos financeiros, o Corinthians ainda corre contra o relógio para encontrar meios para custear a obra, cujo valor total também segue indefinido (entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão). Sem garantias financeiras, há o risco de a Fifa sacar o empreendimento do torneio. Voltaria então à cena o Morumbi, concorrendo com a Arena Palmeiras pelos jogos da Copa na cidade.
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