Confederações
Luiz de Carvalho disse ontem que a prefeitura não tem como calcular os prejuízos causados pela ausência da capital na Copa das Confederações-2013. "É impossível mensurar", falou. "Só em exposição da cidade é uma perda enorme. Afeta 60 atividades, especialmente turismo, transporte e comércio."
As obras na Arena completam um mês nesta sexta-feira (4) mantendo muitas interrogações. Por parte do Atlético, o silêncio a respeito do tema só não é absoluto porque o clube adota o discurso-padrão de que "tudo está dentro do cronograma".
Nada de explicações técnicas de engenheiros e nem considerações sobre o andamento da empreitada que visualmente parece caminhar a passos lentos. Escavações do terreno, trabalhos de contenção e a colocação das fundações estariam nesta primeira fase.
Desde a inauguração dos trabalhos na Baixada, houve avanços burocráticos que aproximaram o clube do dinheiro público que financiará a conclusão do lar rubro-negro. Do lado contrário, porém, a principal contrapartida do Furacão ao governo municipal carece de aprimoramento.
Para colocar a mão na verba do BNDES R$ 123 milhões , que será repassada ao clube pela Agência de Fomento do Paraná, o primeiro passo do Atlético é criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Essa empresa, a CAP S/A, responsável por gerir a obra na Baixada, está saindo do forno.
O clube desconversou, mas o secretário municipal para Assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, admitiu que os trâmites legais foram superados. "A prefeitura recebeu na semana passada o pedido de criação dessa Sociedade. Já existe o CNPJ. Agora, com a pessoa jurídica constituída, vamos emitir os títulos de potencial construtivo", revelou.
Recebendo esse "dinheiro virtual" do poder municipal, o Atlético precisa entregar à Agência de Fomento o projeto do pedido de empréstimo, elencando as garantias de pagamento que devem ser os papéis imobiliários fornecidos pela prefeitura.
Segundo o diretor-jurídico do órgão estadual, Samuel Suss, se todos os documentos apresentados estiverem em ordem, o processo tende a ser rápido e parte dos milhões de reais necessários à obra chegaria antes do fim do ano ao caixa rubro-negro. O diretor disse ainda que a promessa é receber a documentação até a próxima semana.
Enquanto o clube está perto de receber o apoio financeiro dos parceiros na conclusão do Joaquim Américo, a retribuição segue sendo uma incógnita.
Em convênio assinado no dia 5 de outubro de 2010 pelas três partes, a principal obrigação do Rubro-Negro é emprestar um espaço para abrigar a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. O problema é que o texto é superficial, indicando somente que o local tem de ter 50% do total da área da sede, sem explicitar que tamanho é esse.
De acordo com Carvalho, é a metade do centro de imprensa do estádio, ao lado da nova garagem, que será repassada temporariamente à prefeitura. Ele também não sabia precisar a área envolvida. Tomando como base a apresentação feita por Mario Celso Petraglia aos conselheiros do clube, em julho, quando os convenceu a aceitar sua proposta de conclusão do estádio, essa edificação teria 4.189 m². A divisão, meio a meio, se daria após o Mundial, por cinco anos.
Questionado se o tempo da cessão não era muito curto, Carvalho foi evasivo. "Foi uma decisão avaliada pela procuradoria do estado, com estudo do Ippuc, da secretaria de Finanças. Não me sinto em condições de avaliar se é um prazo bom ou não."
Os detalhes pendentes aparentemente não incomodam o poder público, que garante estar acompanhando de perto a movimentação na Arena uma das obrigações do clube é permitir essa fiscalização.
"Vou sempre à Baixada ver as obras. Está tudo caminhando bem, mas o trabalho deve ficar mais intenso após as eleições para presidente [do Atlético], em dezembro. Aí o estádio fecha e será possível ampliar as intervenções", informou o secretário estadual da Copa, Mario Celso Cunha.
Interatividade
A contrapartida do Atlético à prefeitura e ao governo do estado pela ajuda na Arena é justa? Por quê?
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