Felipão comanda treino da seleção, um dia após o amistoso com o Panamá| Foto: Hugo Harada, enviado especial/ Gazeta do Povo

Aposta

Capitão, Thiago Silva impõe ‘gol zero’ como meta para a defesa

Thiago Silva traçou uma meta ousada para a seleção brasileira na Copa do Mundo: não sofrer gols. "A marca que temos de alcançar é zero gol. Falo porque acredito em todos do setor defensivo", declarou o capitão, ontem à tarde.

Até então na preparação para o Mundial, na Granja Comary, o técnico Luiz Felipe Scolari mantém a formação campeã da Copa das Confederações, no ano passado. Com Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo.

Para o defensor do Paris Saint-Germain, caso o setor não seja vazado, a chance de vitória é grande. "Com o ataque que nós temos, vamos ganhar os jogos de 1 a 0, pelo menos", projetou.

De acordo com Thiago Silva, a seleção terá o teste mais complicado no compromisso com Camarões, o terceiro da primeira fase, dia 23. Por causa do atacante Samuel Eto’o. "Se eu pudesse escolher não enfrentar algum atacante, seria o Eto’o. Ele tem uma qualidade técnica impressionante, é fatal no pequeno espaço. É o jogador que estou mais preocupado".

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Dos 23 jogadores da seleção brasileira, 11 se conheceram ainda nas categorias de base. Viveram juntos as dificuldades das peneiras, a incerteza do futuro, época em que tornar-se um profissional milionário e disputar uma Copa do Mundo no Brasil parecia um delírio.

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Hernanes, David Luiz e Hulk passaram por testes no São Paulo no final dos anos 90. "Eram 16 garotos num quarto do alojamento, tentando a chance de ser jogador. O David foi embora, o Hulk também, o mundo deu voltas e nos reencontramos numa situação melhor", relembra o meia da Internazionale, que também foi companheiro de Oscar no Tricolor.

História de superação em comum que, segundo o pernambucano, é a força que impulsiona a equipe rumo ao hexa. "A maior ligação entre nós é que nada foi de mão beijada. Todos tiveram de driblar as situações da vida. Tivemos a mesma origem, por isso somos tão unidos", comenta.

"Poderia ser um grupo de jovens vaidosos, muito bem de vida, orgulhosos. Mas não é. É um grupo humilde", reforça David Luiz.

Sem vingar no Morumbi, David Luiz e Hulk se reencontram no Vitória, em 2005. O zagueiro chegou como meio-campo e o atacante era lateral-esquerdo. Mudaram de função e, mais tarde, foram negociados com o exterior.

Atual zagueiro mais caro do mundo – foi comprado pelo PSG por cerca de R$ 152 milhões –, David Luiz é o convocado com mais conexões dentro da Granja Comary. Tem relação antiga com Willian, desde a escolinha de futebol do Marcelinho Carioca, ex-jogador do Corinthians.

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"Começamos juntos, eu tinha 8 anos, e o David 9. Depois ele mudou para a escolinha do César Sampaio. É um grande amigo que tenho no futebol e na vida", comenta Willian.

No ano passado, o defensor abriu as portas do Chelsea para o velho camarada. "Quando surgiu a oportunidade de sair do Anzhi [Makhachkala, da Rússia], o David apoiou bastante, disse para os dirigentes do clube que podiam apostar em mim", revela o camisa 19 do Brasil, criado na base do Corinthians com Jô.

Outros três jogadores têm laços de amizade longa data: Maicon, Jefferson e Maxwell começaram no Cruzeiro no início dos anos 2000. Foram treinados por Luiz Felipe Scolari na Toca da Raposa. "O grupo que a gente formou é praticamente o mesmo da Copa [das Confederações], mais do que um grupo, é uma família. A boa convivência tem sido fundamental", comenta o goleiro do Botafogo.