Torcida
Argentinos encaram 46 horas de estrada em busca de ingresso
Cinco torcedores argentinos enfrentaram 46 horas de estrada para chegar ao Rio, local da final de amanhã, contra a Alemanha. O táxi de um deles serve como meio de transporte e moradia para o grupo que saiu de Buenos Aires no começo da semana. "Todos dormem no carro mesmo. Escolhemos um local de paisagem bonita para estacionar e descansamos", conta Ariel Banega, o dono do veículo. Cada um gastou cerca de 2 mil pesos (cerca de R$ 545) na aventura. Eles ainda não têm ingressos para a decisão, mas, se necessário, pretendem desembolsar mais dinheiro para conseguir assistir à partida. "Temos amigos na torcida organizada do Boca Juniors e talvez eles tenham tíquetes", diz Banega. Na última quarta, em São Paulo, único local em que pararam para descansar, dois deles conseguiram entradas para ver a semifinal contra a Holanda. Diante da Alemanha, a confiança é alta. "A taça tem de ficar com a América do Sul. Vamos dedicar o título ao Brasil", provoca o torcedor.
A volta da Argentina a uma final de Copa o que não ocorria desde 1990 está diretamente ligada ao técnico Alejandro Sabella. Desde 2009, quando ele iniciou no Estudiantes o primeiro trabalho como treinador, até o Mundial no Brasil, passaram-se apenas cinco anos. Uma ascensão meteórica que pode chegar ao ápice se os comandados dele vencerem a Alemanha, amanhã, às 16 horas, no Maracanã.
A Associação de Futebol Argentino (AFA) enxergou em Sabella um bombeiro e o convidou a assumir a seleção em julho de 2011, após o fracasso da equipe na Copa América. Os dirigentes sabiam que a carreira dele como treinador era curta, mas confiaram no homem que conduziu o Estudiantes a um título argentino e um da Libertadores.
O tempo provou que a aposta foi correta. Virou consenso na Argentina: o técnico de 59 anos transformou um amontoado de bons jogadores em um time que não necessariamente joga bonito, mas que é competitivo. "A camisa argentina que havia perdido prestígio, voltou a recuperá-lo graças ao time que Sabella conseguiu montar", elogiou Diego Maradona no programa para a tevê venezuelana que comanda no Rio durante o Mundial.
Sabella não gosta de chamar atenção pela personalidade. Ele não usa frases de impacto, não se envolve em bate-bocas públicos. Pelo contrário, a fala é tranquila. O tom de voz nunca mudou, mesmo nos tempos de fortes críticas pela não convocação de Carlitos Tévez para a seleção.
Com perfil agregador, o técnico conseguiu dois grandes méritos: melhorar o desempenho da defesa, usual ponto fraco do time. Nesta Copa, sofreu gols em apenas dois dos seis jogos disputados. O principal feito, no entanto, foi fazer Lionel Messi se sentir à vontade com a camisa albiceleste. Antes da chegada do treinador, Messi havia marcado 17 gols em 52 partidas pelo time nacional. Com Sabella, o camisa 10 virou o capitão do time e anotou 25 gols em 40 partidas.
O comandante é um admirador do futebol brasileiro. Rivellino é um de seus ídolos e Valdir Espinosa, com quem trabalhou no Grêmio em 1985, é considerado referência. Auxiliar de Daniel Passarella por 13 anos, ele esteve no Corinthians em 2005 e participou da derrota por 3 a 0 diante do Cianorte, na Copa do Brasil.
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