O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), procurou minimizar a polêmica declaração do secretário estadual da Copa, Mario Celso Cunha, que sugeriu que o Atlético acabaria não precisando pagar o financiamento público para a conclusão da Arena da Baixada, uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Para Richa, a fala de Cunha sobre um possível perdão das dívidas já é um fato superado. "Se por acaso ele pensou isso lá trás, hoje ele não pensa mais. Agora ele segue as determinações do nosso governo", disse o governador à Gazeta do Povo, após participar da abertura do seminário sobre água e segurança alimentar, que marca o Dia Mundial da Água.
"As garantias todas já foram apresentadas e o empréstimo [junto ao BNDES] está garantido", completou o governador, lembrando que o CT do Caju e os títulos do potencial construtivo são garantias para se receber o dinheiro para as obras no estádio.
A declaração de Cunha foi dada em 2010, em uma reunião do Conselho Deliberativo do Atlético. A Gazeta do Povo publicou no último domingo (18), com exclusividade, o vídeo com o discurso do secretário que, na época, era vereador e coordenador do evento da Fifa na Câmara Municipal de Curitiba.
"O que vai acontecer? Eu tenho quase certeza. Se os clubes forem assumir esses financiamentos [para obras em estádios] não vão pagar coisa nenhuma [...] É claro que estou falando sobre suposição, mas eu acredito muito que vão perdoar essas dívidas. Não vai ter como o governo cobrar os clubes, quando o próprio Brasil quer fazer a Copa do Mundo aqui", disse aos conselheiros atleticanos.
Nesta semana, por meio de uma nota, o Atlético saiu em defesa de Cunha. "O CAP repele as especulações que sugiram a partir da divulgação de declarações feitas há dois anos em contexto outro e em tom de observação, nunca de pregação. [Mario Celso] sempre agiu com responsabilidade e dedicação ao esporte", disse o comunicado.
Mario Celso Cunha declarou não ver problema em sua dupla função. Secretário da Copa e conselheiro do Atlético, ele não considera os cargos incompatíveis ao contrário do que pensa o presidente da Fomento Paraná, instituição ligada ao governo estadual que vai repassar ao Atlético o dinheiro que será emprestado do BNDES.