Antes de iniciar uma retrospectiva sobre a campanha do Coritiba no Campeonato Brasileiro 2005, vale ressaltar a importância da torcida alviverde e a inteligência da diretoria alviverde.

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Ao invés de vender pacotes de ingressos, como foi feito em outros anos, a diretoria aproveitou a liberdade dada pelo regulamento do Brasileirão e optou por fazer promoções e atrair o público de volta aos estádios. O resultado foi fantástico. Em 41 rodadas o alviverde foi o 4.º time que mais levou público aos estádios com 362.128 pessoas (média de 18.106 por jogo).

Na última partida, contra o Internacional, a torcida mais uma vez provou o seu amor e dedicação ao clube. Cantou e apoiou durante todo o jogo e, após praticamente decretado o rebaixamento da equipe, continuou cantando o hino do clube. Algumas confusões isoladas aconteceram, mas a pax predominou.

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Retrospectativa

Com um elenco numeroso e com alguns jogadores de qualidade duvidosa, o Coritiba começou bem o Brasileirão 2005. Os primeiros jogos do alviverde passaram a impressão de que o time iria brigar pela liderança do campeonato durante o ano todo.

Ainda sob o comando do técnico Antônio Lopes, o time vinha para a estréia motivado pela vitória sobre o Treze, pela disputa da Copa do Brasil. Estreou no brasileirão com vitória diante do Fortaleza pelo placar de 1 a 0, fora de casa. Uma semana depois, com o estádio Couto Pereira lotado, perdeu para o Santos por 3 a 2.

Primeira mudança

Quatro dias depois houve a primeira grande mudança no time alviverde. Ao ser derrotado pelo Treze por 1 a 0, em um jogo considerado fácil, causou no dia seguinte a demissão do técnico Antônio Lopes. Em seu lugar, a diretoria apresentou Cuca como o novo integrante do projeto a longo prazo do Coritiba.

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No jogo seguinte o time venceu o Palmeiras em casa por 1 a 0 e manteve a regularidade. Em seguida perdeu para o São Paulo fora de casa por 1 a 0. No final de semana posterior o time fez aquela que seria sua melhor atuação no campeonato. Jogando no Rio de Janeiro, contra o invicto Fluminense, o Coritiba venceu por 4 a 2 e, além de elogiado, foi apontado como um dos favoritos a uma vaga nas Libertadores. Na seqüência o time paranaense não conseguiu manter o mesmo ritmo e a irregularidade foi a tônica da campanha do Coritiba.

Debandada de craques

Apontada como a grande responsável pela queda de rendimento do Coritiba no Brasileirão foi a saída de quatro jogadores fundamentais do time. O goleiro Fernando, o lateral-direito Rafinha, o zagueiro Miranda e o atacante Alexandre foram negociados com o exterior e renderam um bom lucro ao caixa alviverde. Com os valores, o Coritiba realizou o sonho antigo de quitar sua maior dívida (cerca de 12 milhões devidos ao banco Bradesco).

A saída dos jogadores desestruturou completamente o time que, apesar do elenco numeroso, não conseguiu substituir os atletas que saíram. Antes da "debandada", o time foi eleito como a equipe que mais criava jogadas de gol, principalmente com Rafinha e Alexandre.

O técnico Cuca não conseguiu ser unanimidade entre os torcedores, diretores e, pasmem, entre os próprios jogadores. Agora sabe-se que alguns dos atletas não gostavam do estilo de trabalho do treinador, principalmente da forma com que ele repercutia para a imprensa os insucessos do time em campo.

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O time ficou por cerca de 10 rodadas na 13.ª posição do campeonato e desperdiçou por várias vezes a oportunidade de crescer na classificação. A gota da água foi as 8 derrotas consecutivas do time (começando no clássico com o Paraná, pelo placar de 3 a 2, passando por nova derrota no outro clássico com o Atlético por 2 a 1). No dia 11/10, quando perdeu por 2 a 1 para o Paysandu no dia da comemoração dos 96 anos de história do clube, o técnico Cuca foi demitido.

Nova mudança na comisão técnica

Nos jogos seguintes o auxiliar técnico Antônio Lopes Júnior assumiu a equipe. Mais três derrotas depois, o auxiliar Cláudio Marques assumiu o comando da equipe. Contra o Internacional, em 28/10 (jogo remarcado após o escândalo da arbitragem envolvendo o árbitro Edílson Pereira de Carvalho), o time retomou a inspiração de jogar. Porém, foi derrotado por 3 a 2, com um gol no final do jogo.

Técnico novo, time velho

Em seguida a diretoria apresentou o técnico Márcio Araújo como novo comandante alviverde. No jogo seguinte, contra o Flamengo, o Coritiba dominou boa parte do jogo. Contudo, sob os conselhos do auxiliar Lopes Júnior e o diretor técnico Sérgio Ramirez – já que Araújo ainda não conhecia bem o elenco – o time foi surpreendido e perdeu para o Flamengo. Ainda nos vestiários ambos, Ramirez e Lopes Júnior, foram demitidos.

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Zona do rebaixamento

A essa altura, após mais de 35 rodadas, o time chegou à zona do rebaixamento.

Após estas mudanças, e com mais tempo para conhecer o time, o técnico alviverde viu o time golear o Figueirense por 4 a 1 no Couto Pereira, lotado mais uma vez. Em seguida o time não conseguiu a superação e tropeçou em jogos considerados fáceis e com adversários diretos na fuga do rebaixamento.

Contra o Brasiliense (06/11 – 1 x 1), Ponte Preta (17/11 – 2 a 1), Atlético-MG (20/11 – 0 x 1) e São Caetano (27/11 – 1 x 1) o Coritiba conquistou apenas 5 pontos dos 12 disputados contra adversários diretos. Diante desse retrospecto, o time chegou na última rodada precisando vencer o Internacional – que ainda lutava pelo título – e torcer por derrotas do São Caetano ou Ponte Preta.

Despedida

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No último jogo contra o Inter o Coxa fez a sua parte. Com um gol logo no início do jogo, o time conseguiu o resultado que precisava para ficar na 1.ª divisão. Porém, os outros resultados não ajudaram e com as vitórias do São Caetano e Ponte Preta o Coxa volta à segunda divisão após 10 anos ininterruptos na elite do futebol brasileiro.