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Alguns torcedores do Coritiba deixaram um rastro de destruição no estádio Couto Pereira | Valterci Santos / Gazeta do Povo
Alguns torcedores do Coritiba deixaram um rastro de destruição no estádio Couto Pereira| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo

Cenas barbarie no Couto Pereira na tarde de domingo

  • Torcedores invadiram o gramado e chamaram os policiais para a briga
  • Uma batalha campal se viu a seguir
  • Um policial foi atingido e caiu desacordado no gramado
  • Ele foi carregado para receber os primeiros socorros
  • Integrantes da comissão técnica do Fluminense nao conseguiram deixar o gramado e foram ameaçados. Por outro lado, ficaram comemorando suas permanências na Série A e irritaram ainda mais os baderneiros
  • Ferido, homem espera atendimento
  • A polícia de choque foi chamada e passou a disparar balas de borracha contra os torcedores do Coritiba
  • Torcedores machucados e acuados pediam por socorro
  • Extintores foram usados como armas pela torcida
  • Equipamentos, cadeiras e o que os torcedores encontravam pela frente foram destruídos
  • Parte das grades foram arrancadas
  • Ariel foi peça nula em campo e contribuiu para o fracasso do time em campo
  • No fim, tristeza por mais um rebaixamento do time do coração

O impensável aconteceu. Diante de 35 mil torcedores, o Coritiba não teve competência para vencer o Fluminense e com um empate em 1 a 1, deu o pior desfecho possível no ano em que completou 100 anos de existência. As lágrimas da torcida ao apito final do árbitro Leandro Vuaden fizeram um triste contraste com a festa do início do jogo, que antevia um momento de glória. O rebaixamento para a Série B foi o castigo de um ano esquecível.

Um ano marcado pela inconstância. Em momento algum a torcida pôde gritar "É campeão". Longe disso. Ninguém soube, principalmente pelas mudanças a que o time foi submetido, dizer, por exemplo, o nome dos 11 titulares. Nem a estrela de Marcelinho Paraíba, grande atração do centenário, foi suficiente para salvar o ano Coxa.

Torcida invade o gramado e protagoniza cenas lamentáveis

Alguns torcedores do Coritiba, que fizeram uma festa linda no começo do jogo, transformaram o gramado num campo de batalha ao final da partida. Alguns invadiram o campo e partiram para cima do trio de arbitragem e dos jogadores e integrantes da comissão técnica do Fluminense. As agressões foram bárbaras e a polícia não conseguiu conter a torcida.

Torcedores e policiais foram feridos por cadeiras arremessadas no gramado. Após alguns minutos, a tropa de choque da polícia chegou e houve um confronto em campo. Balas de borracha foram usadas para conter destemperados torcedores Coxas insatisfeitos com o rebaixamento.

O resultado de toda a confusão foi dezenas de torcedores e policiais feridos.

O jogo

Como sempre, desde que foi criado, o Green Hell – festa de fumaça, fogos e luzes promovida pela torcida do Coritiba – deu as boas vindas para o time Alviverde. No tempo regulamentar, o time paranaense se apresentou em campo e ficou esperando a equipe do Fluminense, que se negou a entrar no gramado deliberadamente, aguardando o início do jogo entre Botafogo e Palmeiras.

O problema é que lá no Rio de Janeiro, o Alvinegro carioca também adotava a mesma prática. Perfilados, os jogadores do Coritiba prestigiam os hinos do Paraná e do Brasil. O Fluminense seguiu nos vestiários desrespeitando ao regulamento do campeonato (vai pagar multa de R$ 1 mil por minuto de atraso) e o hino nacional. Apenas oito minutos depois o time carioca foi ao gramado e a bola rolou com 12 minutos de atraso.

Começo arrasador

Não demorou um minuto para o Coxa se aproximar da abertura do placar. Marcelinho Paraíba, demonstrando muita vontade, armou a jogada pela esquerda e cruzou. Ariel trombou com o goleiro e a bola sobrou para Marcos Aurélio chutar em cima do marcador. Em novo rebote, Renatinho tentou, mas o quique da bola o enganou e a bola acabou sendo mandada pela linha de fundo. O Coxa teve nova chance aos cinco, em cobrança de falta, Marcos Aurélio mandou bem próximo à trave de Rafael.

Após a pressão inicial, o Fluminense conseguiu ganhar um pouco de espaço no relaxamento natural do Coxa após os primeiros minutos. Algum tempo depois, aos 21 minutos, o lance que gerou a maior polêmica da partida. Após um cruzamento da esquerda, Fred escorou e enganou o goleiro Vanderlei. A bola passou embaixo do camisa 12 do Verdão e ia entrando, quando Jeci se jogou na bola e em cima da linha conseguiu salvar o gol dos cariocas. Muita gente reclamou que a bola havia entrado, mas o árbitro Leandro Vuaden mandou o jogo seguir.

Redes balançando

Se não foi aos 21, aos 27 o Flu chegou lá. Em cobrança de falta ensaiada, a bola foi rolada para Marquinhos que chutou forte aproveitando o buraco que se abriu na barreira. Vanderlei saltou atrasado e não conseguiu defender a bola que estufou suas redes Alviverdes.

Oito minutos depois, após assimilar o golpe e recuperar seu espaço no jogo, o Coritiba conseguiu o empate. Em rápida jogada pela esquerda, Marcelinho Paraíba cruzou mais uma bola pela esquerda e dessa vez encontrou o bem colocado Pereira. Ele subiu mais que todo mundo e cabeceou muito forte, sem chances de defesa para Rafael. 1 a 1.

O gol deu justiça ao placar, pois o primeiro tempo foi, em geral, bastante equilibrado. Pelo Coxa, Ariel, Marcos Aurélio e o próprio Marcelinho foram figuras bastantes apagadas, assim como Conca e Fred pelo Flu.

Segundo tempo tenso, muito tenso

Os times voltaram iguais para a segunda etapa, mas a situação ficou muito complicada para o Coritiba logo aos três minutos. Não porque o time teve um revés no Couto Pereira, mas por no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro, o Botafogo abria o placar contra o Palmeiras. Com os resultados até aquele momento, o Coxa estava rebaixado.

Imediatamente Ney Franco colocou Carlinhos Paraíba no lugar de Pedro Ken, tentando tornar o time mais ofensivo (um pouco mais tarde colocaria Rômulo no lugar do inoperante Ariel). O Coxa melhorou em campo, mas as notícias vindas do Rio de Janeiro não eram boas. O Botafogo fazia 2 a 0 e obrigava o Coxa a vencer para evitar o rebaixamento.

O time passou a jogar sob enorme pressão o segundo tempo todo. O nervosismo impedia que jogadas fosse criadas e o jogo passou a ser levado na base do chutão e das tentativas de levantamento sem direção.

A partir dos 35 minutos torcedores do Coxa caiam no choro nas arquibancadas. A tensão aumentava, afinal o jogo do Botafogo já havia terminado e o Verdão só se salvaria se vencesse o Fluminense. Não venceu e o impensável aconteceu. Ao apito final de Leandro Vuaden, o Coxa foi rebaixado para a Série B.

O que se viu a seguir, merece ser esquecido.

*Nota da redação:Não serão publicados comentários com xingamentos e provocações entre torcidas, muito menos aquelas que incitem a violência.

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