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Abismo

Confirmando-se o rebaixamento atleticano e a classificação do Coritiba à Libertadores, haverá o maior abismo entre os dois na história. Nunca ocorreu de um estar disputando a principal competição continental e o outro jogando a Segundona ao mesmo tempo. Sempre que um disputava a Libertadores, o adversário estava na elite. Foi assim com o Coxa em 1986 e em 2004; e com o Furacão em 2000, 2002 e 2005. Na história, a maior distância entre eles não se concretizou de fato. Em 1990, as duas equipes estavam na Série B e o Atlético subiu, enquanto que o Coxa, fragilizado pela canetada de 1989, caiu à Terceirona. Porém, a Série C de 1991 não foi jogada, com as equipes sendo acolhidas em uma inchada Segundona.

Dos 22 jogadores que vão começar o Atletiba de hoje, na Arena da Baixada, um duelo em particular promete chamar a atenção. O volante Deivid, do Atlé­­tico, e o meia Rafinha, do Cori­­tiba, têm sido as referências de suas equipes.

Durante o clássico desta tarde, o jogador rubro-negro terá a missão de parar o ataque rival, que é conduzido, principalmente, pelos pés do camisa 7 alviverde.Mesmo jogando em casa, a necessidade da vitória de ambos os lados deve aumentar a responsabilidade do sistema defensivo atleticano. Deivid é o pilar desse esquema. Com 112 desarmes no campeonato (aproveitamento de 82%), o jogador é quem normalmente fica imbuído de não dar chances para o principal jogador do time adversário.

Apesar disso, ele é o atleta que mais atuou pelo Atlético neste campeonato (33 jogos) e vem sentindo o desgaste. O volante está com sobrecarga muscular nas pernas e foi poupado dos treinos no início desta semana, mas está confirmado para o duelo no Joaquim Américo.

Para furar o paredão rubro-negro, Rafinha aposta nos dribles curtos e na velocidade. O meia, que marcou quatro vezes no Brasileirão, tem aproveitamento de 85% nos passes e já deu 5 assistências para gols. Apesar do baixo aproveitamento nos cruzamentos e lançamentos, 20% e 41%, respectivamente, ele é o grande organizador das jogadas ofensivas do Coxa.

Antônio Lopes, no entanto, garante que o baixinho não vai receber marcação especial no emocionante confronto.

"O Coritiba é uma equipe homogênea, que não tem um destaque particular. O Rafinha é um grande jogador, sem dúvida nenhuma, mas os outros também são. Não se resume só nele", afirmou.

Deivid – por decisão da diretoria e da comissão técnica do Atlético – foi impedido de falar nesta semana, assim como os demais jogadores. Já Rafinha, que chegou a ser convocado pelo Coxa para falar antes do confronto, evitou os jornalistas. Marcação e drible com exagero.

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