Atlético identifica um torcedor
O Atlético tem intensificado os trabalhos para tentar identificar os torcedores que participaram do tumulto no Atletiba. Usando as imagens das câmeras de vigilância do estádio, o clube conseguiu identificar um dos baderneiros. "Já identificamos um torcedor e temos feito o encaminhamento normal, ou seja, registrando o boletim de ocorrências e procurando saber se ele é sócio do clube", disse o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, à Gazeta do Povo.
Segundo o dirigente, se for sócio o torcedor pode sofrer punições administrativas. "Se for comprovado que ele é sócio, vamos encaminhar o caso para o conselho deliberativo, que tem a prerrogativa de avaliar o caso e determinar a penalidade prevista no estatuto".
Apesar da identificação, Malucelli se mostrou pessimista em relação ao reconhecimento de novos baderneiros. "É complicado. O artefato lançado neste e em outros casos é muito pequeno e outros torcedores se aglomeram para tentar esconder o autor do arremesso. É como jogar um lápis. A câmera dificilmente consegue flagrar o momento em que ele é jogado". (ELK)
A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva ofereceu denúncia nesta terça-feira (21) contra Atlético Paranaense e Coritiba pelo tumulto ocorrido nas arquibancadas da Arena da Baixada no último domingo (19). O árbitro Wilson Luiz Senemerelatou o arremesso de bombas (rojões) feito pelas duas torcidas e os clubes correm o risco de perderem mandos de campo, além de receberem pesadas multas.
Segundo informações do site Justiça Desportiva, o julgamento da Quarta Comissão Disciplinar do STJD está marcado sexta-feira (24). "A gente ofereceu a denúncia e o julgamento foi marcado, tudo dentro do trâmite normal. Foram requisitadas imagens e agora a Comissão Disciplinar irá ouvir os envolvidos no caso", explicou Schimitt, por telefone.
O artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva infringido pelos clubes é o 213 ("deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto), que prevê a perda de mandos de até dez partidas, além de multas que variam de R$ 10 mil a R$ 200 mil.
Para o advogado do Coritiba, Gustavo Nadalin, o mais importante nesta história é saber qual é a parcela de culpa dos envolvidos. "A questão não deve ser analisada só sob o prisma dos torcedores. Temos também toda a segurança do local, com policiais, seguranças particulares, administradores, torcidas organizadas e os clubes. Cada um com a sua responsabilidade. Aí aplicamos o CBJD aos fatos e determina-se a culpa de cada um".
O representante do Alviverde que recebeu a intimação no fim da tarde, crê na absolvição. "Temos a tese elaborada, provas juntadas e na hora do julgamento revelaremos tudo. Já temos nossa defesa pronta e tomamos todas as medidas para nos proteger de uma punição. Rumamos para defender a inocência total do Coritiba", afirmou Nadalin.
Atlético nega ter recebido intimação; clube temeroso sobre julgamento
O advogado Domingos Moro afirmou à GPol que até o início da noite desta terça-feira o Atlético não havia sido notificado sobre o julgamento. Por isso, legalmente, o caso não poderia ser julgado na próxima sexta-feira. Mesmo assim, o advogado garante estar se preparando. "Ainda temos que ver a denúncia, mas já estamos colhendo as imagens, provas e depoimentos que pretendemos usar. O ônus da prova é o da procuradoria".
O representante atleticano está temeroso sobre o julgamento, afinal o clube já é reincidente no STJD. "Apesar de termos sido absolvidos, somos reincidentes na matéria da denúncia (arremesso de bombas). Tudo esta contribuindo para um panorama não muito auspicioso. Isso me preocupa, mas faremos de tudo para reverter uma possível punição".
Se o julgamento for mesmo na sexta-feira, quem vai conduzir o caso é a Quarta Comissão Disciplinar. "Nossa situação é dificílima. No julgamento do Corinthians (em jogo válido pela Copa do Brasil, em maio) conseguimos evitar uma punição muito maior, num resultado expressivo. Tecnicamente somos réus primários, mas não se levarmos em conta o tipo de infração. Se os mesmos auditores que avaliaram o caso anterior avaliare este, a tendência é que o resultado não seja bom".